TEXTO ORIGINAL
9.
1 Unde cum semel die sancto Paschae moram faceret in eremitorio quodam adeo ab hominum habitatione remoto, quod commode mendicare non posset, memor illius qui discipulis euntibus in Emmaus ipso die in specie peregrini (cfr. Luc 24,13.18) apparuit, ab ipsis fratribus eleemosynam petiit ut peregrinus et pauper.
2 Quam cum accepisset humiliter, sacris eos informavit eloquiis, quod transeuntes per mundi desertum tamquam peregrini et advenae (cfr. 1Pet 2,11) verique Hebraei Pascha Domini, hoc est transitum ex hoc mundo ad Patrem (cfr. Ioa 13,1), in paupertate spiritus continue celebrarent.
3 Et quoniam in petendis eleemosynis non quaestus agebatur cupidine, sed spiritus libertate, Pater pauperum (cfr. Iob 29,16) Deus specialem de ipso curam gerere videbatur.
TEXTO TRADUZIDO
9
1 Por isso, uma vez em que, no dia santo da Páscoa, estava morando em um eremitério tão afastado das casas das pessoas, que não dava para ir mendigar comodamente, lembrando-se daquele que, naquele mesmo dia, apareceu aos discípulos que iam para Emaus na forma de peregrino, pediu esmolas aos seus frades como pobre e peregrino.
2 Quando a recebeu humildemente, formou-os com palavras sagradas, para que celebrassem continuamente em espírito de pobreza passando pelo deserto do mundo como peregrinos e forasteiros e, como verdadeiros hebreus, celebrando a Páscoa do Senhor, isto é, a sua passagem deste mundo para o Pai.
3 E como para pedir esmolas não era levado pela cobiça de pedir mas pelo espírito de liberdade, parecia que Deus tinha um cuidado especial por ele.