Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Tomás de Celano
  • Primeira Vida (1Cel)

TEXTO ORIGINAL

Prima Vita (1Cel) - 102

Caput VI - De moribus fratrum famulantium sancto Francisco, et qualiter ipse disponebat conversari.

102. 
1 Haec fere per duos annos in omni patientia et humilitate sustinuit, in omnibus gratias agens Deo (cfr. Tob 2,14; 1The 5,18). 
2 Sed ut ipse liberius suam intentionem dirigere posset ad Deum, et beatarum mansionum in caelo positarum, frequenter mente excedens (cfr. 2Cor5 5,13), circuire posset ac ingredi officinas, et in pinguedine gratiae coram placidissimo et serenissimo universorum Domino se in caelestibus (cfr. 2Mac 14,35; Eph 1,3) presentare, quibusdam fratribus, merito sibi valde dilectis, commiserat curam sui. 
3 Erant enim illi viri virtutum (cfr. 1Mac 5,50), devoti Deo, placentes sanctis, gratiosi hominibus, super quos, velut domus super columnas quatuor, beatus pater Franciscus innitebatur (cfr. Iud 16,29). 
4 Eorum namque nunc nomina supprimo, ipsorum verecundiae parcens, quae tamquam spiritualibus viris satis est eis familiaris amica. 
5 Verecundia enim omnium est ornatus aetatum, innocentiae testis, pudicae mentis indicium, disciplinae virga (cfr. Prov 22,15), specialis gloria conscientiae, famae custos et totius honestatis insigne. 
6 Haec virtus adornaverat istos, haec amabiles et benevolos eos reddebat hominibus; haec utique gratia omnibus erat communis (cfr. Act 2,44), sed singulos virtus singula decorabat. 
7 Erat unus discretionis praecipuae, alter patientiae singularis, gloriosae simplicitatis alius, reliquus vero secundum corporis vires robustus et secundum animi mores placabilis. 
8 Hi vero omni vigilantia, omni studio, omni voluntate beati patris quietem animi excolebant, infirmitatem corporis procurabant, nullas declinantes angustias, nullos labores, quin totos se sancti servitio manciparent.

TEXTO TRADUZIDO

Primeira Vida (1Cel) - 102

Capítulo 6 - Do comportamento dos irmãos que cuidavam de São Francisco e de como ele desejava viver.

102. 
1 O santo suportou isso com toda paciência e humildade, durante quase dois anos, dando em tudo graças a Deus. 
2 Para pensar mais livremente em Deus, e para percorrer as moradas do céu em seus êxtases freqüentes, vivendo na riqueza da graça diante do dulcíssimo e sereníssimo Senhor do universo, confiou o cuidado de sua pessoa a alguns frades verdadeiramente dignos de sua predileção. 
3 Eram homens virtuosos, entregues ao Senhor, gratos aos santos, aceitos pelos homens, sobre os quais o santo pai Francisco se apoiava como uma casa sobre quatro pilares. 
4 Não lhes vou citar os nomes agora em respeito a sua modéstia, que sempre foi íntima amiga desses santos frades. 
5 A modéstia, aliás, é ornamento de todas as idades, testemunha da inocência, indício de um coração puro, norma de conduta, glória especial da consciência, guarda de boa fama e distintivo de toda honestidade. 
6 Foi a virtude que adornou esses companheiros do santo e os tornou amáveis e aceitos por todos. Foi uma graça comum a todos, mas cada um tinha sua virtude. 
7 Um deles se destacava por sua discrição, outro era de uma paciência fora do comum, outro de renomada simplicidade e o último juntava à robustez do corpo a mansidão de espírito. 
8 Todos cuidavam da tranqüilidade do santo pai com toda a atenção, esforço e boa vontade. Tratavam também de sua doença sem poupar sacrifícios e fadigas para estarem ao inteiro dispor do santo.