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TEXTO ORIGINAL

Cronica de Frei Tomás de Eccleston - 114

114. Frater Eustachius de Merc, primo diu gardianus Oxoniae, postea custos Eboraci, usque ad mortem consuetum modum abstinentiae, vigiliarum et corporalis exercitationis in se ipso, ad alios autem angelici affectus suavitatem semper habuit; moriens quoque Matrem misericordiae frequenter in haec verba medullitus allocutus est: “Per tuum, Virgo, Filium, per Patrem, per Paraclitum, assis praesens ad obitum meumque… exitu”.

Frater Robertus de Tornam, primo guardianus Lenniae, postea per multos annos custos Cantebrigiae, postremo ineffabili fervore impetrata licentia proficiscendi cum crucesignatis in Terram Sanctam, cum tamen incomparabilem famam tam saecularium quam fratrum in officio gravi acquississet, tanta nobis suae salvationis in morte signa monstravit, ut de salute sua nullus fidelis ambigere debeat.

Frater Stephanus de Belase, primo gardianus Lenniae, postea custos Herfordiae tantac fuit dulcedinis tantaeque perfectionis, ut etiam lacrymis zelum cordis sui testaretur, cum videret quod rigor religionis laxaretur. Unde nimis desiderio quietis ab omni absolutus officio, habuit “fructum suum in sanctificationem, finem vero vitam aeternam” (Rom 6,22).

Frater Willelmus Coche, qui cum fortissimus robore foret, per primitivos labores custodiae Londinensis et curas alias penitus exinanitus est, ab activa tandem ad contemplativam se transtulit et plenus operibus in pace quievit.

TEXTO TRADUZIDO

Crônica de Frei Tomás de Eccleston - 114

114. Frei Eustáquio de Merc, antes guardião de Oxford por muito tempo, depois custódio de York, manteve sempre, até à morte, o habitual costume da abstinência, das vigílias e do exercício corporal, mas para com os outros, tinha a suavidade de afeto angelical. Mesmo ao morrer, do fundo do coração falava repetidas vezes à Mãe de misericórdia nestes termos: “Ó Virgem, pelo vosso Filho, pelo Pai, pelo Paráclito, estai presente na minha morte e na minha última viagem”.

Frei Roberto de Thornham, antes guardião de Lynn, depois por muitos anos custódio de Cambridge, no fim pediu com inefável fervor a licença de ir com os cruzados à Terra Santa. Tinha conquistado um afeto incomparável tanto dos seculares quanto dos frades no grave oficio e mostrou-nos na morte tão grandes sinais de salvação que nenhum fiel deve duvidar de sua salvação.

Frei Estêvão de Belassise, antes guardião de Lynn, depois custódio de Hereford, foi tão amável e perfeito que até com lágrimas testemunhava o zelo de seu coração, quando via que o rigor da Ordem se afrouxava. Por isso, exonerado de todo oficio por causa de grande desejo de quietude, teve como seu fruto a saniijicação e como fim a vida eterna (cf. Rm 6,22).

Frei Guilherme Cook, de grande vigor, ficou totalmente esgotado pelos primitivos trabalhos da custódia de Londres e por outras preocupações. No fim, passou da vida ativa para a contemplativa e, rico em obras, descansou em paz.