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TEXTO ORIGINAL

Legenda Sanctae Clarae Virginis - 12

De sancta ipsius humilitate

12 Haec sui Ordinis lapis primarius ac nobile fundamentum, in fundamento sanctae humilitatis, virtutum omnium fabricam ab ipso principio studuit collocare. Beato namque Francisco obedientiam sanctam promisit, et a promisso nullatenus deviavit. 
Triennio vero post suam con-versionem, nomen, et officium Ab-batissae declinans, humiliter subesse voluit potius, quam praeesse, et inter Christi ancillas servire li-bentius, quam serviri. Cogente autem beato Francisco, suscepit tandem regimen dominarum: de quo in corde suo timor, nob tumor exoritur: nec libertas, sed servitus augmentatur. 
Quo enim aliqualis iam praelationis specie altior cernitur, eo reputatione propria vilior, obsequio promptior, cultu despectior reperitur. Nullos iam famularum respuit actus, adeo ut plerumque sororum manibus aquam infunderet, sedentibus assisteret, comedentibus ministraret. 
Invita valde aliquid praecipit; spontanea vero facit, magis eligens per seipsam facere, quam sororibus imperare. Infirmarum sedilia ipsa lavabat, ipsa tergebat suo illo nobili spiritu, nec sordida fugiens nec foetida perhorrescens. 
Pedes famularum deforis revertentium saepius abluit, et ablutis oscula imprimit. Lavabat semel cuiusdam servientis pedes, quos dum deosculari properat, illa tantam humilitatem non ferens, pedem subtrahit, dominamque suam pede in ore percussit. At illa pedem famulae blande resumit, et sub ipsa planta strictum osculum figit.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda de Santa Clara Virgem - 12

A sua santa humildade

12 Ela, pedra primeira e nobre fundamento de sua Ordem, tratou de levantar desde o começo o edifício de todas as virtudes sobre a base da santa humildade. De fato, prometeu santa obediência ao bem-aventurado Francisco e não se desviou em nada do prometido. 
Três anos depois da conversão, recusando o nome e o cargo de abadessa, preferiu humildemente submeter-se a presidir, servindo entre as servas de Cristo e não sendo servida. Por fim, obrigada por São Francisco, assumiu o governo das senhoras. Daí brotou em seu coração temor e não enchimento, crescendo no serviço e não na independência. 
Quanto mais elevada se viu por esse exterior de superioridade, mais se fez vil aos próprios olhos, disposta a servir, desprezível na aparência. Não recusava nenhum trabalho servil. Costumava derramar água nas mãos das Irmãs, assistindo-as enquanto sentadas e servindo-lhes a comida. 
Custava-lhe dar uma ordem, mas estava pronta a fazer por si. Preferia fazer ela mesma a mandar as Irmãs. Lavava pessoalmente as cadeiras das doentes e as enxugava com seu espírito nobre, sem fugir à sujeira nem ter medo do mau cheiro. 
Com freqüência lavava e beijava os pés das serviçais quando voltavam de fora. Uma vez, estava lavando os pés de uma delas e, quando foi beijá-los, a Irmã não suportou tanta humildade, puxou o pé de repente e bateu com ele no rosto de sua senhora. Esta voltou a tomar o pé da serviçal com ternura e lhe deu um beijo apertado sob a planta.