Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

  • Fontes Franciscanas
  • Fontes Biográficas
  • São Boaventura
  • Legenda Maior

TEXTO ORIGINAL

Legenda Maior - Miraculis V,5

5 
1 Guidolottus de Sancto Geminiano falso accusatus fuit, quod veneno interemerat quemdam virum et quod eodem genere mortis filium eiusdem viri et universam eius familiam proposuerat enecare. 
2 Captus proinde a potestate terrae, gravissimis vinculis aggravatus, in turri quadam reclusus est. 
3 Ipse vero fiduciam habens in Domino, pro sua innocentia, quam sciebat, causam commisit beati Francisci patrocinio defendendam. 
4 Excogitante igitur potestate, qualiter criminis obiecti confessionem eliceret per tormenta qualibusque poenis confessum faceret interire, nocte illa, cum mane ad cruciatus deberet adduci, sancti Francisci praesentia exstitit visitatus et immenso luminis fulgore usque mane circumdatus repletusque gaudio ((cfr. Ps 125,2) et fiducia multa, securitatem evasionis accepit. 
5 Advenerunt mane tortores et eductum de carcere equuleo suspenderunt, aggravantes super eum multa pondera ferri. 
6 Depositus est pluries et iterum elevatus, ut, poena poenae succedente, citius ad confessionem criminis arceretur. 
7 Sed spiritu innocentiae laetabatur in vultu, nullam moestitiam praetendens in poenis. 
8 Deinde accensus est ignis sub ipso non modicus, nec propterea capillus est laesus, cum tamen capite dependeret ad terram. 
9 Tandem bulliente oleo superfusus, virtute patroni cui se commiserat defensandum, haec omnia superavit et sic dimissus liber, salvus abscessit.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda Maior - Milagres V,5

5 
1 Guidoloto de São Geminiano foi acusado falsamente de ter matado com veneno um homem e que se propusera a matar o filho e toda a família dele com o mesmo gênero de morte. 
2 Foi preso pela autoridade do lugar, posto em muito pesadas cadeias e trancado numa torre. 
3 Mas ele tinha confiança no Senhor, porque estava seguro de sua inocência, e encomendou a causa ao bem-aventurado Francisco, para defendê-lo com seu patrocínio. 
4 O podestá estava pensando como faze-lo confessar o crime através de torturas e, quando confessasse, com que penas mandaria matá-lo. Naquela noite, quando deveria ser levado pela manhã para as torturas, foi visitado pela presença de Francisco, e, rodeado por um imenso fulgor luminoso até de manhã, repleto de alegria, de muita confiança, recebeu a segurança da fuga. 
5 De manhã chegaram os torturadores e, tirando-o do cárcere, suspenderam-no no cavalete, carregando sobre ele muitos pesos de ferro. 
6 Foi muitas e muitas vezes levantado e abaixado, para que, com repetidas penas, fosse logo obrigado a confessar o crime. 
7 Mas, pelo espírito de inocência, ficou com o rosto alegre, não demonstrando nenhuma tristeza pelos castigos. 
8 Depois acenderam fogo embaixo dele, e não era pouco, mas nem um cabelo foi lesado apesar de ele estar de cabeça para baixo. 
9 No fim foi-lhe derramado óleo fervendo, mas superou tudo isso pela virtude do patrono a cuja defesa se confiara, saindo livre e salvo.