Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

  • Fontes Franciscanas
  • Fontes Biográficas
  • Espelho da Perfeição Menor

TEXTO ORIGINAL

Speculum Perfectionis (minus) - 23

[23]
1 Dicebat beatus Franciscus, quod, si propter inopiam [et] paupertatem frater corpus suas necessitates in infirmitate et sanitate habere non potest, dum honeste et cum humilitate fratri suo vel suo prelato petierit amore Dei et sibi non dantur, patienter substineat amore Domini; et sibi a Domino pro martirio imputatur, 2 quoniam fecit quod suum est, videlicet [quod] petiit suam necessitatem, excusaretur a peccato, etiamsi corpus magis inde infirmaretur, videlicet de vigillis et oratione et aliis bonis operibus.
3 In hoc summum studium et precipuum habuit beatus Franciscus, licet a principio sue conversionis usque ad diem sue mortis valde afflixerit corpus suum, videlicet quod semper fuit sollicitus interius et exterius habere et conservare letitiam spiritualem. 4 Immo dicebat, quod, si servus Dei studuerit semper habere et conservare letitiam interius et exterius, que provenit ex munditia cordis, demones omnes sibi nichil nocere possunt dicentes: 5 “Quoniam, ex quo in tribulatione et prosperitate letitiam habet servus Dei, aditum intrandi ad ipsum non valemus invenire, nec sibi nocere”.
6 Et dicebat etiam: “Si essem quandoque tentatus et accidiosus, cum considero letitiam socii mei, occasione illius letitie de tentatione et accidia revertor ad letitiam interiorem et exteriorem”.

TEXTO TRADUZIDO

Espelho da Perfeição Menor - 23

[23]
1 Dizia o bem-aventurado Francisco que, se por causa da indigência e pobreza o irmão corpo não puder satisfazer as necessidades na do­ença e na saúde, se tiver feito bem e com humildade o pedido a seu irmão ou a seu prelado por amor de Deus e não lhe for dado, suporte pacientemente por amor do Senhor, que isso lhe será imputado como martírio pelo Senhor. 2 E porque fez o que devia, isto é, pediu por sua necessidade, é inocente de pecado, mesmo que por isso, isto é, por causa das vigíli­as, da oração e de outras boas obras, o corpo fique mais doente.
3 Apesar de ter afligido muito o seu corpo desde o princípio de sua conversão até o dia de sua morte, o bem-aventurado Francisco sempre fez o maior e o mais importante esforço por ser sempre solícito interior e exterior­mente, isto é, por ter e conservar sempre a alegria espiritual. 4 E até dizia que, se o servo de Deus se esforçar para ter e conservar sempre a alegria interior e exteri­or que provém da pureza de coração, todos os demônios não podem prejudicá-lo e dizem: 5 “Como esse servo de Deus está sempre alegre, na tribulação e na prosperidade, não conseguimos achar uma entrada nele nem prejudicá-lo”.
6 E também dizia: “Se eu estiver alguma vez tentado ou desencorajado, vendo a alegria de meu companheiro, por causa dessa alegria volto da tentação e do desânimo para a alegria in­terior e exterior”.