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TEXTO ORIGINAL

Chronica Fratris Iordani - 17

17 In fine autem huius capituli, videlicet quando iam capitulum erat terminandum, venit in memoriam beato Francisco, quod ordinis edificacio in Theutoniam non venisset. Et quia beatus Franciscus tunc debilis erat, quiquid ex parte sui capitulo dicendum erat, frater Helyas loquebatur et beatus Franciscus sedens ad pedes fratris Helye traxit eum per tunicam. Qui inclinatus est ad ipsum, quid vellet, auscultavit et se erigens ait: “Fratres, ita dicit frater — significans beatum Franciscum, qui quasi per excelentiam a fratribus frater dicebatur — est quedam regio Theutonia, in qua sunt homines christiani et devoti, qui, ut scitis sepe per terram nostram cum longis baculis et largis ocreis laudes Deo et sanctis eius decantando in sudore et solis ardore transeunt et limina sanctorum visitant. Et quia ad eos aliquociens missi fratres male tractati redierunt, nullum ad ipsos ire compellit frater. Sed qui zelo Dei et animarum inspirati ire vellent, eandem eis obedientiam immo ampliorem dare vult quam daret euntibus ultra mare. Et siqui essent, qui ire vellent, surgerent et in partem se traherent”. Et desiderio martirii inflammati surrexerunt circiter 90 fratres morti se offerentes et seorsum, sicut iussi fuerant, secedentes expectabant responsum, qui et quanti et qualiter et quando ire deberent.

TEXTO TRADUZIDO

Crônica de Jordão de Jano - 17

17 No fim desse Capítulo, isto é, quando o Capítulo estava para terminar, veio à memória do bem-aventurado Francisco que a edificação da Ordem na Alemanha não acontecera. E como o bem-aventurado Francisco então estava fraco, qualquer coisa que de sua parte devia ser dita ao Capítulo era Frei Elias que fala­va; e o bem-aventurado Francisco, sentado aos pés de Frei Elias, puxou-o pela túnica. Ele se inclinou, escutou o que ele queria e, erguendo-se, disse: “Irmãos, assim diz o Irmão (referindo-se ao bem-aventurado Francisco que, por excelência, era chamado de Irmão pelos frades), que existe um país, a Alemanha, no qual há homens cristãos e devotos que, como sa­beis, suados e sob sol escaldante, passam pela nossa terra com longos bastões e grandes botas, cantando louvores a Deus e a seus santos, e visitam as sepulturas dos santos. E porque os ir­mãos enviados a eles em outra ocasião voltaram maltratados, o Irmão não obriga ninguém a ir até eles. Mas os que, inspirados pelo zelo de Deus e das almas, quiserem ir, ele quer dar-lhes a mesma obediência e até mais ampla do que daria aos que vão para o ultramar. E, se houver alguns que queiram ir, levantem-se e coloquem-se à parte”. Inflamados pelo desejo do martírio, le­vantaram-se cerca de noventa irmãos que se ofereciam à morte e pondo-se de lado, como tinha sido mandado, esperavam a resposta com relação a quem, quantos, de que maneira e quando de­veriam partir.