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Santa Clara - Padroeira da Televisão

Para perpétua recordação. 
Por dom divino, o gênio humano resplandece cada vez mais e, principalmente nestes tempos, produziu invenções que a todos deixam admirados. E a Igreja, de maneira alguma contrária ao progresso e à técnica, não só favorece a esses novos subsídios da doutrina e da vida cotidiana, contanto que sejam dirigidos para o bem e a honestidade, mas também os usa de boa vontade para ensinar a verdade e propagar as finalidades da religião. 
Entre outras coisas tão sutilmente inventadas destaca-se a televisão, pela qual “faz-se com que os espectadores vejam no mesmo momento coisas que acontecem longe de seus olhos e ouvidos, sendo assim levados a participar deles como se estivessem presentes” (Encíclica Miranda prorsus, 8 de setembro de 1957; AAS., XXIV, p. 800). 
Ora, são enormes as vantagens, mas também muito grandes os perigos que podem surgir desse admirável instrumento — o que não escapa a ninguém e Nós mesmos já tratamos disso de maneira significativa. Ainda mais que goza de uma capacidade singular de prender a atenção e isso mesmo dentro das paredes do lar. Por isso pareceu oportuno que essa invenção fosse protegida por uma direção superna, a fim de evitar os males e promover o uso correto e até mesmo salutar. 
Como sua Padroeira foi apresentada Santa Clara, que, como se recorda, numa noite do Natal de Jesus Cristo Salvador, em Assis, jazendo doente em sua cama no convento, ouviu, como se estivesse presente, os cantos piedosos executados na celebração da igreja de São Francisco, e viu o presépio do Menino Divino. 
Por isso é conveniente que Clara, que se destaca em brilho pelo louvor da integridade e traz tanta luz para tão grandes trevas, presida e ajude esta arte para que, através deste luminoso instrumento, tornem-se mais claras a verdade e a virtude, em que é bom que se fundamente a vida dos cidadãos. 
Por isso decidimos de muito boa vontade concordar com o pedido a nós apresentado a respeito pelo nosso Venerável Irmão José Plácido Nicolini, bispo de Assis, pelos quatro Superiores das Famílias Franciscanas e outras pessoas de destaque, apoiadas por muitos Cardeais da Santa Igreja Romana, Arcebispos e Bispos. 
Sendo assim, Nós, apoiados numa consulta à Sagrada Congregação dos Ritos, em nosso conhecimento seguro e madura deliberação, e com a plenitude do poder Apostólico, em força desta Carta e de maneira perpétua, fazemos, constituímos e declaramos Santa Clara, Vigem de Assis, Padroeira celeste da televisão diante de Deus, outorgando-lhe todos os privilégios e honras litúrgicas que são ritualmente devidos a tais Patronos. Sem que nada em contrário possa obstar. 
Isto é o que proclamamos e estabelecemos, decretando que esta Carta é firme, válida e eficaz para sempre e assim deve permanecer; que deve ter e conseguir seus efeitos plenos e integrais; o que deverá ser apoiada por aqueles a quem isso diz respeito ou poderá vir a dizer; e que assim se deve julgar e definir corretamente; e que a partir de agora fica inválida e sem valor qualquer coisa que em contrário se tentar fazer por parte de qualquer autoridade, com ou sem conhecimento. 
Dado em Roma, junto de São Pedro, sob o anel do Pescador, no dia 14 de fevereiro de 1958, décimo nono de nosso Pontificado.