A verdadeira humildade (2,7) - Portanto, sede humildes, fâmulas de Deus, ancilas de Cristo, de maneira a nunca permitirdes que a soberba domine em vossos corações, porque tivestes um mestre humilde, nosso Senhor Jesus Cristo, e também tivestes uma mestra humilde, a Virgem Maria, rainha de todos. Sede humildes, porque tivestes um pai humilde:
O bem-aventurado Francisco. Sede humildes porque tivestes uma mãe humilde, a bem-aventurada Clara, exemplo de humildade. E deveis ser humildes de forma que a paciência seja testemunha da vossa humildade...
A verdadeira pobreza (3, 6) - Que cristão pode haver tão miserável, que religioso pode haver tão desesperado e fechado que ainda ame as riquezas, que deteste a pobreza apesar de ver e ouvir que o Deus dos deuses, o Senhor do mundo, o Rei do céu, o Unigênito de Deus suportou a carência de tão grande pobreza? Pois, como diz São Bernardo, é um abuso grande, grande demais que um vermezinho vil queira ser rico quando, por causa dele, o Deus da majestade e o Senhor dos exércitos quis ser pobre. Que busque a riqueza o pagão, que vive sem Deus; busque riquezas o judeu, que recebeu promessas terrenas. Mas tu, virgem de Cristo, tu, serva do Senhor, como podes querer riquezas se professaste a pobreza, se vives no meio das pobres de Jesus Cristo, se queres ser filha do pai Francisco, se prometeste ser imitadora da mãe Clara?
(3,9) - Ó serva bem-aventurada de Deus, lembra-te da pobreza de nosso Senhor Jesus Cristo, imprime em teu coração a pobreza do teu pai Francisco, recorda a pobreza de tua mãe Clara e adere com toda força, com todo esforço, abraça a senhora pobreza e não queiras ter mais nada embaixo deste céu senão a pobreza...