Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Bernardo de Bessa
  • Livro dos Louvores de São Francisco

TEXTO ORIGINAL

Liber de Laudibus Beati Francisci - Prologus

INCIPIT LIBER DE LAUDIBUS BEATI FRANCISCI

1 Plenam virtutibus beati Francisci vitam scripsit in Italia exquisitae vir eloquentiae frater Thomas, iubente domino Gregorio Papa nono; 2 et eam, quae incipitQuasi stella matutina (cfr. Sir 50,6), vir venerabilis dominus, ut fertur, Iohannes apostolicae Sedis notarius.

3 In Francia vero frater Iulianus, scientia et sanctitate conspicuus, qui etiam nocturnale Sancti Officium in littera et cantu posuit praeter hymnos et aliquantas antiphonas ac responsoria, quae summus ipse Pontifex et aliqui de Cardinalibus in Sancti praeconium ediderant.

4 Postremo compertum plenius vitae decursum vas admirabile gratiarum, virtutum et scientiae apotheca, frater Bonaventura, Generalis Minister, prius excellens in theologia magister Parisius, postmodum sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalis et Albanensis episcopus, 5 vir tantae auctoritatis, discretionis et morum, ut orbis. eum clamaverit summo dignissimum praesulatu, authentico nimirum discretoque sermone descripsit, coelicis Sancti meritis dignum Deo providente praeconem.

6 Sed hic pauca alia vel eadem interdum, quando res exigit, multis rursum ob gratam omnibus brevitatem omissis, de Sancti suorumque sequacium gestis, praesertim signis post transitum eius ostensis, quae apostolica vel commendat auctoritas, pro laude simul et auctoritate tanguntur. 7 Primum enim exemplum est nobis imitandum; debemus enim venerari, si perfecte non possumus imitari.

8 Quis enim plene beati Francisci sibique assistentium sociorum vestigia sequi possit? 9 Unde nec ipse, qualem servabat paupertatis et perfectionis rigorem, imposuit; sed regulam perfectissimam, quae tamen omnibus et omni foret observabilis tempore, divino instructus oraculo condidit; 10qua servata, nunquam a sancti Patris receditur disciplina, licet aliquae pro temporum varietate consuetudines varientur. 11Valet autem inspecta Sanctorum perfectio ad incitamentum virtutis et mores nostros eorum lumine praevio dirigendos.

TEXTO TRADUZIDO

Livro dos Louvores de São Francisco - Prólogo

COMEÇA O LIVRO DOS LOUVORES DO BEM-AVENTURADO FRANCISCO

1 Na Itália, por ordem do senhor Papa Gregório IX, Frei Tomás, homem de saborosa eloquência, escreveu  a vida cheia de virtudes do bem-aventurado Francisco; 2 também a que começa Como a estrela da manhã (cf. Sir 50,6) foi escrita, como dizem, por um venerável senhor, João, notário da Sé Apostólica.

3 Na França, quem a escreveu foi Frei Juliano, respeitado pela ciência e santidade, e que também compôs em letra e música o oficio noturno do santo, além dos hinos e algumas antífonas e responsórios que o próprio sumo pontífice e alguns cardeais haviam publicado em louvor do mesmo santo.

4 Finalmente, melhor conhecido o decurso da vida, Frei Boaventura, vaso admirável de graças, celeiro de virtudes e de ciência, ministro geral, antes excelente mestre de Teologia em Paris e depois cardeal da santa Igreja romana e bispo de Albano, 5 homem de tanta autoridade, discernimento e costumes que o mundo o aclamou como o mais digno do sumo episcopado, escreveu com palavras autênticas e equilibradas porque nele Deus providenciou um pregoeiro digno dos méritos celestiais do santo.

6 Mas aqui tocamos só em poucas outras coisas, algumas vezes nas mesmas sobre os feitos do Santo e de seus seguidores, quando isso é exigido, omitindo muitas pela brevidade de que todos gostam, falando principalmente sobre os sinais mostrados depois de sua morte e que a autoridade apostólica recomenda, como louvor e ao mesmo tempo como exemplo. 7 Pois, primeiro devemos imitar o exemplo porque, se não podemos imitar com perfeição, devemos pelo menos venerar.

8 Quem poderia seguir plenamente os vestígios do bem-aventurado Francisco e dos companheiros que o assistiam? 9 Por isso, nem ele impôs o rigor da pobreza e da perfeição que observava; mas, instruído pelo oráculo divino, compôs uma regra muito perfeita por todos observável em todos os tempos; 10 quem a observa nunca se afasta da formação do santo pai, ainda que variem alguns costumes pela diversidade dos tempos. 11 O que vale é observar a perfeição dos santos para animar na virtude e para dirigir nossos costumes na luz que nos precedeu.