Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

  • Fontes Clarianas
  • Formas de Vida para as Clarissas
  • Regra de Isabel de França

TEXTO ORIGINAL

Regra de Isabel de França - 2

2. Unaquaeque soror, praeter stamineam vel cilicium, si voluerit, duas tunicas, aut tres, vel etiam quatuor, secundum quod abbatissae visum fuerit, habere possit. De excesu tamen pannorum omnes caveant, quantum possunt. Mantellum quoque unum aut duos habeant, longitudinis et latitudinis congruentis. Haec siquidem indumenta sint panno vili, tam pretio quam colore. Ab aliquibus autem omnino albae vel etiam nigrae superiores tunicae non ferantur. 
Habere tamen possint scapularia de levi religioso panno, quibus induantur [ut] cum aliquod opus agant, sic honestiores appareant, quando pallia congrue gestare non possunt. Pro cingulo quoque chordam sorores, tamtummodo postquam fuerint professae, habeant, nullatenus curiosam. Vittis autem aut peplis omnino albis, non tamen pretiosis, capita sua cooperiant uniformiter et honeste, ita quod frons, genae, collum sint, sicut convenit, cooperta. Nec aliter coram personis extraneis audeant apparere; non enim decet sponsam Regis aeterni alicui alteri se exponere, nec etiam in aliquo alio delectari. Habeant nigrum velum extensum super capita ita amplum et longum, quod ex utraque parte descendat usque ad scapulas, et retro ultra caputium protendatur, sine quo possunt esse de nocte, et aliquando de die, de licentia abbatissae. Sorores servientes et novitiae cingulo laneo praecingantur. Abbatissa vero calceamentis sororum et servientium infra claustra disponat, secundum quod exiget necessitas earundem. 
Omnes sorores sanae, tam abbatissa, quam aliae, in communi dormitorio iaceant; et quaelibet per se lectum habeat ab allis separatum. Lectus tamen abbatissae in tali loco dormitorii disponatur, quod inde dormitorii lectos sine obstaculo, si fieri commode poterit, valeat intueri. In dormitorio autem semper de nocte clara luminaria sint accensa. 
A Resurrectione Domini usque ad festum Nativitatis beatae Mariae Virginis, post prandium usque ad horam nonam sorores dormiant, quae voluerint; quae vero noluerint, oratione et meditatione Divina, in certo loco ad hoc assignato, seu allis quietis piis laboribus, occupentur. 
Liceat autem unicuique sacconem plenum habere de palea vel de foeno vel stramine, aut saltem foenum vel stipulan pro saccone, et pannum rudem laneum extensum desuper, necnon cervicaJ panno lineo coopertum, quod de foeno aut de palea seu lana vel etiam de pluma esse poterit, iuxta quod abbatissa duxerit disponendum; nunquam tamen sorores seu servientes allis lineis uti possint. Opertoria sine pellibus, quibus operiantur, habeant; sed de abbatissae licentia infirmae pelles habere valeant sub mantellis.

TEXTO TRADUZIDO

Regra de Isabel de França - 2

[As roupas, o dormitório e as camas] 
2. Cada Irmã, além da estamenha ou cilício, pode ter, se desejar, duas ou três túnicas ou mesmo quatro, como parecer à abadessa. Mas guardem-se todas, quanto puderem, do excesso de panos. Tenham também um ou dois mantos, de comprimento e largura convenientes. Essas roupas sejam certamente de pano vil, tanto pelo preço como pela cor. E nenhuma vista um hábito exterior totalmente branco ou totalmente preto. 
Além disso poderão ter escapulários de pano leve e religioso, que poderão vestir para que, quando fizerem alguns trabalhos que não lhes permitam usar comodamente as capas, apresentem-se mais recatadas. Mas como cíngulo, as Irmãs usem, só a partir da profissão, um cordão, evitando toda curiosidade. Cubram a cabeça uniforme e honestamente com faixas e toucas totalmente brancas, mas simples, de modo que a fronte, as faces e o pescoço fiquem convenientemente cobertos. E nem ousem apresentar-se de outra maneira diante de pessoas estranhas; porque não é decoroso que a esposa do Rei eterno se exiba a nenhuma outra pessoa, ou se compraza de alguma outra maneira. Usem um véu preto estendido sobre a cabeça, de tal largura e comprimento que chegue dos dois lados até os ombros e por trás ultrapasse o capuz, podendo, entretanto, ficar sem ele de noite, e algumas vezes também de dia, com licença da abadessa. As Irmãs serventes e as noviças cinjam-se com um cinto de lã. E a abadessa cuide do calçado das Irmãs e das serventes dentro da clausura, como for requerido por suas necessidades. 
Todas as Irmãs sadias, tanto a abadessa como as outras, durmam no dormitório comum; e cada uma tenha sua cama separada das outras. Mas a cama da abadessa seja colocada em tal lugar do dormitório que de lá ela possa ver todas as camas, se isso puder ser feito comodamente. E no dormitório fique acesa uma luminária clara durante toda a noite. 
Desde a Ressurreição do Senhor até a festa da Natividade da bem-aventurada Virgem Maria, as Irmãs que quiserem durmam depois do almoço até a hora de noa, e as que não quiserem dediquem-se à oração ou à meditação divina em algum lugar designado para isso, ou exercitem-se em outras tarefas piedosas e silenciosas. 
Cada uma pode ter um colchão cheio de palha, feno ou ervas; ou pelo menos palha ou feno como colchão, com um pano rude de lã desdobrado em cima. E também um travesseiro coberto de pano de linho, que poderá ser de feno, de palha, de lã ou mesmo de penas, como a abadessa decidir. Mas nem as Irmãs nem as serventes possam usar outros panos. Tenham cobertores sem peles para se cobrir, mas as doentes também podem ter peles sob os cobertores, com licença da abadessa. 
Todas as Irmãs, em datas determinadas, cortem o cabelo em redondo até as orelhas.