Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Fontes Biográficas
  • Espelho da Perfeição Menor

TEXTO ORIGINAL

Speculum Perfectionis (minus) - 15

[15]
1 Immo non solum generali ministro et provincialibus subditus esse voluit, quoniam, in quacumque provincia morabatur vel iret ad predicandum, obediebat ministro illius provincie, 2 sed etiam propter maiorem perfectionem et humilitatem longo tempore ante mortem suam quadam vice dixit generali ministro: 3 “Volo, ut commictas vicem tuam de me semper uni de sociis meis; cui obediam vice tua; quoniam propter bonum [exemplum] et virtutem obedientie in vita et [in] morte semper volo, quod maneas mecum”. 
4 Et exinde usque ad mortem semper habuit unum de sociis guardianum, cui obediebat vice ministri generalis. 5 Immo quadam vice dixit sociis. “Hanc gratiam inter alias contulit michi ipse Altissimus, quia ita diligenter obedirem fratri novitio, qui intraret hodie religionem, si esset meus guardianus, sicut illi, qui esset primus et antiquus in vita et religione fratrum. 6 Subditus quoniam suum prelatum non hominem, sed Deum considerare debet, pro cuius amore sibi subditus est”.
7 Similiter dixit: “Non est aliquis prelatus in toto mundo, qui tantum timeatur a subditis et fratribus suis, quantum Dominus faceret me timeri a fratribus meis, si vellem; 8 sed hanc gratiam contulit michi ipse Altissimus quod volo esse contentus omnibus sicut [qui] minor est in religione”. 9 Hoc vidimus oculis nostris (cfr. 1Ioa 1,1) multotiens nos, qui fuimus cum (cfr. 2Pet 1,18) illo, sicut sanctus pater attestabatur, quod multotiens, cum aliqui fratres non satisfacerent ei in suis necessitatibus vel dicerent ei aliquod verbum, vel per quod solet homo moveri ad scandalum, statim ibat ad orationem et in reversione sua nolebat recordari dicens: 10 “Talis frater non michi satisfecit”, vel: “Dixit michi tale verbum”.

TEXTO TRADUZIDO

Espelho da Perfeição Menor - 15

[15]
1 Mas não só quis ser submisso ao ministro geral e aos provinciais - pois, em qualquer província que morasse ou a ela fosse para pregar, obedecia ao ministro daquela província, 2 mas até, para maior perfeição e humildade, muito tempo antes de sua morte, uma vez disse ao ministro geral: 3 “Quero que sempre dele­gues tua autoridade sobre mim a um de meus companheiros, a quem obedecerei em teu lugar; pois quero que pelo bom exemplo e pela força da obediência, permaneças sempre comigo, na vida e na morte”.
4 E daí até a morte, sempre teve um dos compa­nheiros como guardião, a quem obedecia em lugar do ministro ge­ral. 5 Além do mais, uma vez disse aos companheiros: “Entre ou­tras, o próprio Altíssimo me concedeu a graça de diligentemente obedecer a um irmão noviço que entrou hoje na religião, se fosse meu guardião, como àquele que foi o primeiro e mais idoso na vida e na religião dos frades. 6 Pois o súdito deve considerar seu pre­lado não o homem, mas Deus, por cujo amor se lhe submeteu”.
7 Da mesma forma disse: “Em todo o mundo não haveria um prela­do que seria tão temido pelos seus súditos e irmãos, quanto o Se­nhor me faria ser temido pelos meus irmãos, se eu quisesse; 8 mas o próprio Altíssimo me concedeu a graça de estar contente com tudo, como aquele que é o menor na religião”. 9 Nós que vivemos com ele (cf. 2Pd 1,18), vimos muitas vezes com nossos olhos (cf. 1Jo 1,1), como o santo pai comprovava que, muitas vezes, quando alguns irmãos não o satisfaziam em suas necessidades ou lhe dis­sessem alguma palavra, ou por aquilo que a pessoa costuma se es­candalizar, imediatamente ele se retirava em oração e, ao regres­sar, não queria recordar-se, dizendo: 10 “Tal frade me desagradou”, ou “Disse-me tal palavra”.