TEXTO ORIGINAL
[45]
1 Dicebat beatus Franciscus: “Servo Dei nulla res displicere debet preter peccatum: 2 et quocumque modo aliqua persona peccaret, et propter hoc servus Dei, non ex caritate, turbaretur et irasceretur, thesaurizat sibi(cfr. Rom 2,5) culpam.
3 Ille servus Dei, qui non irascitur neque conturbat se pro aliquo, recte vivit sine proprio. 4 Et beatus est, qui non retinet sibi aliquid reddens, que sunt Cesaris Cesari et que sunt Dei Deo (cfr. Mat 22,21; Luc 20,25).
5 Beatus servus, qui quando loquitur, sub specie mercedis omnia sua non manifestat et non est velox ad loquendum (cfr. Prov 29,20), sed sapienter providet, que debet loqui et respondere.
6 Ve illi religioso, qui bona, que sibi Dominus ostendit, non retinet in corde suo (cfr. Luc 2,19) et aliis non ostendit per operationem, sed sub specie mercedis magis hominibus [verbis] cupit ostendere. 7 Ipse recipit mercedem suam (cfr. Mat 6,2.16), et audientes parum fructum reportant”.
TEXTO TRADUZIDO
[45]
1 Dizia o bem-aventurado Francisco: “Nada deve desagradar ao servo de Deus, a não ser o pecado. 2 E seja qual for o pecado cometido por alguém, se o servo de Deus se perturbar, mas não por caridade, entesoura para si (cf. Rm 2,5) a culpa.
3 O servo de Deus que não se ira nem se perturba com nada, vive corretamente sem propriedade. 4 E bem-aventurado é quem nada guarda para si, dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (cf. Mt 22,21; Lc 20,25).
5 Bem-aventurado o servo que, quando fala não manifesta tudo em vista da recompensa e não é rápido para falar (cf. Pr 29,20), mas com sabedoria pensa o que deve falar e responder.
6 Ai do religioso que não guarda no seu coração (cf. Lc 2,19) os bens que o Senhor lhe mostra e não os mostra aos outros por ação, mas deseja mostrar aos homens mais [com palavras] em vista da recompensa. 7 Ele recebe sua recompensa (cf. Mt 6,2.16) e os ouvintes tiram pouco fruto”.