Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Vida de São Francisco

TEXTO ORIGINAL

Vita Sancti Francisci - 57

Caput XI - De studio orationis et conflictu eius cum diabolo; de constantia praedicationis; de apertione libri et visione Seraph crucifixi, et de apparentibus in ipso Christi stigmatibus.

57. 1 Ad omnia vero quae gloriosus pater Franciscus intendit et fecit tutissimum eius refugium oratio crebra fuit.2 Nam etsi ardentissimo zelo proximorum lucris intenderet, studuit tamen summopere, ne sui ipsius curam in omni perfectionis experimento negligeret. 3 Ad hoc solitaria loca quaesivit, ad hoc in eremi vastitate resedit; sed et inter homines habitans, ad ecclesias domosve desertas solus nocte perrexit. 4 O quantos in huiusmodi locis terrores, quantaque diaboli machinamenta devicit! 5 Cui non solum intus malignus ille pestifera saepe suggessit, sed et in aliqua horrenda effigie manu ad manum (cfr. Ez 21.14) cum illo conflixit. 6 Talia, inquam, loca intrepidus, ut in oratione sibimet invigilaret, elegit; ibi prius didicit, quae postmodum alios docuit. 7 Didicit autem non ut curiose quae loqueretur verba confingeret, sed sic supra modulum eruditionis humanae ex affluentia doctrinae caelestis uberrime bibens, ut non tam verbis quam virtute Spiritus ad eructandum proximis opportuno tempore plenus esset.

TEXTO TRADUZIDO

Vida de São Francisco - 57

Capítulo XI - O esforço na oração e sua luta com o diabo; a constância na pregação; a abertura do livro, a visão do Serafim crucificado e as chagas de Cristo que nele apareceram. 

57. 1 Para tudo que o glorioso pai Francisco se dedicou e fez, o refúgio seguro foi a oração assídua. 2 Pois, ainda que se tenha dedicado com ardoroso zelo ao bem do próximo, também foi muito atento a jamais negligenciar o cuidado por si mesmo na busca de toda a perfeição. 3 Para isso, procurou lugares solitários e morou na imensidão do ermo; e mesmo quando habitava entre os homens, passava as noites sozinho nas igrejas ou em casas abandonadas. 4 Quantos terrores e quantas maquinações do demônio venceu nesses luga­res! 5 O maligno, além de lhe sugerir interiormente coisas péssimas, lutou com ele corpo a corpo (Ex 21,14), aparecendo-lhe em forma horrenda. 6 Digo que escolheu intrepidamente esses lugares para vigiar por si mesmo na oração e aí aprendeu primeiro o que depois ensinou aos outros. 7 Aprendeu não a preparar elaboradamente as pala­vras que devia dizer mas, bebendo fartamente da abundância da doutrina celeste, que vai tão além dos cálculos da erudição humana para, no momento oportuno, falar de dentro ao próximo não tanto com palavras mas com a virtude do Espírito (Rm 15,13).