Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Juliano de Spira
  • Vida de São Francisco

TEXTO ORIGINAL

Vita Sancti Francisci - 65

65. 1 Suadebant autem fratres eique cum omni precum instantia supplicabant, ut infirmitatibus suis medicorum auxilio subveniri permitteret: videntes utique quod de die in diem magis magisque deficeret. 2 Ipse vero consentire in hoc fratribus penitus recusabat, veluti qui hactenus carnis curam non egerat, iamque dissolvi et esse cum Christo (cfr. Phip 1,23) multo melius anhelabat. 3 Verum quamvis stigmata Domini Iesu in corpore suo portaret (cfr. Gal 6,17) quia tamen in ipso oportuit ea quae passionum Christi deerant adhuc amplius adimpleri  (cfr. Col 1,24), coepit et aliis languoribus infirmitas oculorum gravissima superaddi. 4 Tunc supradictus frater Helias, quem veluti loco matris elegerat et adhuc vivens gregi suo pastorem praefecerat, compulit eum et rationibus induxit, ut sibi mederi permitteret, timens ne forte per incuriam penitus oculorum lumen amitteret. 5 Cui vir sanctus humiliter obtemperans tamquam patri, plura quis ex tunc oculis medicamina patiebatur apponi, quamvis ingravescente malo, nullius essent remedii. 6 Tandem Reatam curandae iam dictae infirmitatis occasione perductus est, ubi, et domino Honorio papa tertio moram tunc temporis faciente, honorifica a curia Romana devoteque susceptus est. 7 Familiarius tamen ei prae caeteris dominus Hugo, tunc Ostiensis episcopus, affuit, quem vir sanctus eodem domino annuente Honorio, in patrem ac dominum prae cunctis elegerat, cuius se cum universo Ordine suo tutelae commiserat, necnon et obedientiae mandato subiecerat, 8 sed et eumdem, prophetico spiritu ductus, apostolico honori provisum fore non solum verbis praedixerat, sed et factis multimode praesignarat.

TEXTO TRADUZIDO

Vida de São Francisco - 65

65. 1 Os frades o aconselhavam suplicando com toda a insistência que, em suas enfermidades, permitisse ser ajudado pelos médicos, porque viam que ele piorava dia após dia. 2 Mas ele recusava terminantemente atender nisso aos frades, pois se nunca tivera muito cuidado pelo corpo, ago­ra, o que mais desejava era ser desatado e estar com Cristo (Fl 1,23). 3 Na verdade, ainda que trouxesse no seu corpo os estig­mas do Senhor Jesus (Gl 6,17), como era necessário que nele se com­pletasse o que faltava aos sofrimentos de Cristo (Cl 1,24) começou a acrescentar aos outros males também uma gravíssima doença dos olhos. 4 Então, o mencionado Frei Elias, que ainda em vida ele esco­lhera como sua mãe e tinha colocado como pastor à frente do seu rebanho, obrigou-o e convenceu a deixar-se medicar, temendo que, talvez, por negligência viesse a perder totalmente a vista. 5 O santo obedeceu-lhe humildemente como a um pai e, desde então, permitiu que lhe pusessem os remédios nos olhos, ainda que de nada servissem, pois o mal se agravava. 6 Finalmente, para cuidar desta enfermidade foi levado a Rieti, onde, nesse tempo, morava temporariamente o Papa Honó­rio III, e foi acolhido honrosa e devotamente pela Cúria Romana. 7 Mais familiar a ele que os outros foi o senhor Hugo, en­tão bispo de Óstia, a quem o homem santo, com o consentimento de Honório, escolhera entre todos como pai e senhor, confiando à sua prote­ção ele mesmo e toda a sua Ordem, submetendo-se à sua obediência. 8 Movido de espírito profético, tinha predito não só com palavras, mas também com fatos e de muitos outros modos, que ele receberia a honra apostólica.