Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Juliano de Spira
  • Vida de São Francisco

TEXTO ORIGINAL

Vita Sancti Francisci - 70

70. 1 Unus autem ex illis, specialis eius discipulus, vir fama non modicum celeber, cuius nomen ideo subticetur eo quod tanto nollet praeconio gloriari dum viveret, vidit illam gloriosam animam carne solutam in stellae grandis et radiantis effigie; 2 vidit, inquam, veluti super aquas multas (cfr. Ps 28,3), candida subvectam nubecula (cfr. Apoc 14,14), in caelum directe conscendere (cfr. Ios 8,20). 3 Sic nimirum, qui contemptibiliter in area vitae huius laboriosae spicam carnis terrena terendo confregerat (cfr. Deut 23,25; Mat 12,1), iam excussa palea, granum purum in horrea (cfr. Mat 3,12) summi Regis ingreditur; 4 Sic mortali vita defunctus, aeternaliter victurus, vivo pani (cfr. Ioa 6,41) coniungitur, qui turbam Christi famelicam, ne in via deficeret (cfr. Mat 15,32), de paupertatis horreo satiarat. 5 Et bene super aquas multas (cfr. Ps 28,3) in specie stellae, candida subvectae nubecula (cfr. Apoc 14,14), videbatur ascendere; quippe qui mundus ex aquis terrenae delectationis assumptus (cfr. Ps 17,17), multitudini populorum tam miraculis quam vita splenduerat et doctrina; 6 quibus in lata perditionis via quasi caecis errantibus luminosum iter pandens ad gloriam, eam, quae prius stricta paucis in illa gradientibus timebatur, ampliaverat se turmatim sequentibus vitae viam (cfr. Mat 7,13.14). 7 Regnat ergo dives in patria pro paupertatis transitoriae copia; regnat, inquam, sibi regibus huius mundi substratis, quos hic misera rerum pereuntium ditat inopia.

TEXTO TRADUZIDO

Vida de São Francisco - 70

70. 1 Um deles, um discípulo especial, homem célebre por grande fama, cujo nome não é dito porque, como ainda está vivo, ele não gostaria de ter tanta honra, viu sua gloriosa alma livre da carne, em forma de grande e fúlgida estrela. 2 Repito, viu-a subir diretamente até o céu (Js 8,20), sobre as muitas águas (Sl 28,3), carregada por uma nuvenzinha branca (Ap 14,14). 3 Assim, aquele que pelo desprezo de si esmagou com as mãos a espiga (Dt 23,25; Mt 12,1) do seu corpo na eira terrena desta pe­nosa vida, livre da palha, entrou como grão puro no celeiro (Mt 3,12) do sumo Rei. 4 Dessa forma, morto para a vida mortal a fim de viver eternamente, uniu-se ao pão vivo (Jo 6,41) aquele que sa­ciara a.esfomeada turba de Cristo no celeiro da pobreza para que não desfalecesse no caminho (Mt 15,32). 5 Era justo que fosse visto subir em forma de estrela sobre as muitas águas (Sl 28,3), carregado por uma nuvem branca (Ap 14,14); pois afinal, aquele que era retirado das águas (Sl 17,17), livre dos prazeres terrenos, iluminara multidões de pessoas tanto com os milagres quanto com a sua vida e doutrina. 6 Ele abrira o caminho luminoso que conduz à glória para os que, como ce­gos, vagavam pelo amplo caminho da perdição e alargara o caminho da vida (Mt 7,13.14), para que o seguissem juntos aqueles poucos que antes o percorriam e o temiam porque era estreito. 7 Por isso, agora reina rico na pátria conquistada com uma pobreza transitória; reina tendo abaixo de si os reis deste mundo, que têm como riqueza apenas o miserável vazio das coisas que perecem.