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TEXTO ORIGINAL

Legenda Trium Sociorum - 59

59. 
1 Arguebat praeterea pius pater fratres suos qui nimis erant sibi ipsis austeri, vigiliis, ieiuniis (cfr. 2Cor 11,27) et corporalibus exercitiis nimium insudantes. 
2 Quidam enim se tam graviter affligebant ut cuncta in se carnis reprimerent incentiva, quod quilibet videbatur odire seipsum. 
3 Quos vir Dei prohibebat, admonens eos benigne et rationabiliter reprehendens, atque ipsorum vulnera alligans salutarium vinculis praeceptorum. 
4 Inter fratres vero qui ad capitulum veniebant nullus audebat negotia saecularia recitare, sed colloquebantur de vitis sanctorum patrum et quomodo melius et perfectius possent invenire gratiam Domini Iesu Christi. 
5 Si qui autem de fratribus qui ad capitulum venerant aliquam tentationem vel tribulationem habebant, audiendo beatum Franciscum loquentem ita dulciter et ferventer, eiusque videndo paenitentiam, liberabantur a tentationibus et tribulationibus sublevabantur mirifice. 
6 Compatiens namque loquebatur eis non ut iudex sed ut pater misericors filiis et medicus bonus infirmis, sciens cum infirmantibus infirmari (cfr. 2Cor 11,29) et cum tribulatis affligi. 
7 Corripiebat nihilominus debite omnes delinquentes, atque contumaces et rebelles animadversione debita coercebat. 
8 Expleto autem capitulo, benedicebat omnibus fratribus et ad singulas provincias singulos destinabat. 
9 Quicumque ex ipsis spiritum Dei habebat et eloquentiam idoneam ad praedicandum, sive clericus sive laicus esset, dabat ei licentiam praedicandi. 
10 Ipsi vero recipientes benedictionem illius cum magno gaudio spiritus, tanquam peregrini et advenae (cfr. 1Pet 2,11) ibant per mundum, nihil in via portantes nisi tantum libros in quibus possent dicere horas suas. 
11 Ubicumque autem inveniebant sacerdotem, divitem vel pauperem, bonum vel malum, inclinantes se humiliter ei reverentiam faciebant 
12 et quando erat hora hospitandi libentius erant cum sacerdotibus quam cum laicis saeculi.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda dos Três Companheiros - 59

59. 
1 O piedoso pai também corrigia os irmãos que eram demasiadamente austeros consigo mesmos, suando excessivamente em vigílias, jejuns e exercícios corporais. 
2 Pois alguns se afligiam tão gravemente que reprimiam em si todos os impulsos da carne que um ou outro parecia odiar a si mesmo. 
3 O homem de Deus proibia-os, avisando-os bondosamente e repreendendo razoavelmente mas também vendando suas feridas com os vínculos salutares dos preceitos. 
4 Entre os irmãos que iam ao capítulo ninguém ousava tratar de negócios seculares, mas confabulavam acerca das vidas dos Santos Padres e como poderiam encontrar a graça do Senhor Jesus Cristo melhor e mais perfeitamente. 
5 Se alguns dos irmãos que compareciam ao capítulo sofriam tentações ou tribulações, eram libertados das tentações e venciam maravilhosamente as tribulações ouvindo o bem-aventurado Francisco falar tão suave e fervorosamente e vendo a sua penitência. 
6 Pois, compadecido deles, falava-lhes não como juiz, mas como um pai misericordioso, como bom médico com os doentes, sabendo ser enfermo com os enfermos e afligir-se com os atribulados. 
7 Repreendia, entretanto, como era devido, todos os delinquentes, e reprimia os contumazes e rebeldes com a merecida admoestação. 
8 Terminado o capítulo, abençoava a todos os irmãos e destinava cada um às diversas províncias. 
9 A quem tivesse o Espírito de Deus e eloquência necessária para pregar, fosse clérigo ou leigo, dava-lhe a devida permissão de pregar. 
10 Eles, recebendo sua bênção com grande júbilo do espírito, como peregrinos e estrangeiros, iam pelo mundo, nada levando pelo caminho, a não ser os livros em que pudessem dizer suas Horas. 
11 Em qualquer lugar que encontrassem um sacerdote, rico ou pobre, bom ou mau, inclinando-se humildemente faziam-lhe uma reverência. 
12 E quando chegava a hora de se hospedar, ficavam de mais boa vontade com os sacerdotes que com os leigos do século.