TEXTO ORIGINAL
De poenitentia sororibus peccantibus imponenda et de sororibus servientibus extra monasterium
1Si qua soror contra formam professionis nostrae mortaliter, inimico instigante, peccaverit, per abbatissam vel alias sorores bis vel ter admonita, 2si non se emendaverit, quot diebus contumax fuerit tot in terra panem et aquam coram sororibus omnibus in refectorio comedat; 3et graviori poenae subiaceat, si visum fuerit abbatissae. 4Interim dum contumax fuerit, oretur ut Dominus ad poenitentiam cor eius illuminet. 5Abbatissa vero et eius sorores cavere debent, ne irascantur vel conturbentur propter peccatum alicuius, 6quia ira et conturbatio in se et in aliis impediunt caritatem.
7Si contigeret, quod absit, inter sororem et sororem verbo vel signo occasionem turbationis vel scandali aliquando suboriri, 8quae turbationis causam dederit, statim antequam offerat munus (cfr. Mat 5,23) orationis suae coram Domino, non solum humiliter prosternat se ad pedes alterius veniam petens, 9verum etiam simpliciter roget, ut pro se intercedat ad Dominum quod sibi indulgeat. 10Illa vero memor illius verbi Domini: Nisi ex corde dimiseritis, nec Pater vester caelestis dimittet vobis (cfr. Mat 6,15; 18,35), 11liberaliter sorori suae omnem iniuriam sibi illatam remittat.
12Sorores servientes extra monasterium longam moram non faciant, nisi causa manifestae necessitatis requirat. 13Et honeste debeant ambulare et parum loqui, ut aedificari semper valeant intuentes. 14Et firmiter caevant ne habeant suspecta consortia vel consilia aliquorum. 15Nec fiant commatres virorum vel mulierum, ne hac occasione murmuratio vel turbatio oriatur.
16Nec praesumant rumores de saeculo referre in monasterio. 17Et firmiter teneantur de his quae intus dicuntur vel aguntur, extra monasterium aliquid non referre, quod posset aliquod scandalum generare. 18Quod si aliqua simpliciter in his duobus offenderit, sit in prudentia abbatissae misericorditer poenitentiam sibi iniungere. 19Si autem ex consuetudine vitiosa haberet, iuxta qualitatem culpae abbatissa de consilio discretarum illi poenitentiam iniungat.
TEXTO TRADUZIDO
A penitência a impor-se às irmãs que pecam e as irmãs que servem fora do mosteiro
1Se uma Irmã, por instigação do inimigo, pecar mortalmente contra a forma de nossa profissão e, admoestada duas ou três vezes pela abadessa ou por outras Irmãs, 2não se emendar, deve comer pão e água, no chão, diante de todas as Irmãs, por quantos dias for contumaz; 3e, se assim parecer à abadessa, seja submetida a pena mais grave. 4Enquanto for contumaz, reze-se para que o Senhor ilumine seu coração para a penitência. 5Mas a abadessa e suas Irmãs devem tomar cuidado para não se irar nem se perturbar pelo pecado de alguém, 6porque a ira e a perturbação impedem a caridade em si e nos outros.
7Se acontecer, tomara que não, que surja alguma vez entre duas Irmãs uma ocasião de perturbação ou de escândalo por causa de alguma palavra ou gesto, 8a que tiver causado a perturbação imediatamente, antes de oferecer o dom (cfr. Mt 5,23) de sua oração diante do Senhor, não só se prosterne humildemente aos pés da outra, pedindo perdão, 9mas também rogue com simplicidade que interceda por ela diante do Senhor para que a perdoe. 10Mas a outra, lembrando a palavra do Senhor: Se não perdoardesde coração também o Pai do céu não vos perdoará (cfr. Mt 6,15; 18,35), 11perdoe generosamente sua irmã por toda ofensa que lhe tenha feito.
12As Irmãs que servem fora do mosteiro não se ausentem por muito tempo, a não ser que o exija uma manifesta necessidade. 13Devem caminhar com honestidade e falar pouco, para poderem edificar sempre os que as virem. 14E guardem-se firmemente de ter relacionamentos ou encontros suspeitos com alguém. 15Nem se façam comadres de homens ou de mulheres, para que isso não dê ocasião para murmuração ou perturbação.
16Não ousem trazer os boatos do mundo para dentro do mosteiro. 17E sejam firmemente obrigadas a não contar fora do mosteiro o que se fala ou se faz dentro que possa causar algum escândalo. 18Se alguma incorrer nesses dois pontos por simplicidade, cabe à prudência da abadessa dar-lhe a penitência, com misericórdia.19Mas se tiver o mau costume de fazer isso, imponha-lhe a abadessa uma penitência com o conselho das discretas, de acordo com o grau da culpa.