41. Frei João de Parma
Era de estatura mediana, tendendo para pequeno, bonito e bem formado em todos os seus membros, sadio e resistente às fadigas, tanto das viagens como do estudo. Tinha um rosto de anjo, sempre gracioso e alegre. Era generoso, cortês, caridoso, humilde, manso, benigno e paciente. Homem de grande devoção e oração, clemente e compassivo. Celebrava todos os dias com tal devoção que os presentes sentiam-se plenificados pela graça. Pregava com tal fervor ao clero e aos frades, que arrancava lágrimas dos ouvintes, como eu vi muitas vezes. Muito eloqüente, nunca tropeçava. Era dotado de ótima ciência, porque antes já era bom gramático e mestre de lógica, e na Ordem foi um grande teólogo e investigador. Leu as Sentenças em Paris, foi lente por muitos anos nos conventos de Bolonha e de Nápoles.
Quando passava por Roma, os frades o obrigavam a pregar, mesmo na presença dos cardeais, que o estimavam como grande filósofo. Era um espelho e um exemplo para todos, porque sua vida era toda honestidade, santidade e pureza de costumes. Caro a Deus e aos homens. Também sabia música e cantava muito bem. Muito rápido e muito claro quando escrevia. Quando ditava, suas cartas eram em estilo elegante e cheio de sentenças.
Foi o primeiro geral que se empenhou em visitar as províncias... (pp. 433-434).