51). Faziam paradas nas igrejas e nas praças, e todos levantavam as mãos para Deus para louva-lo e bendize-lo por todos os séculos; e não podiam saciar-se de louvar o Senhor, tão inebriados estavam pelo amor divino; e havia uma competição fazendo o bem e louvando a Deus.
Entre eles não havia nenhuma ira, nenhuma discórdia, nenhuma contenda, nenhum rancor. Tinham um ânimo tão pacífico e benigno em todas as coisas, que podiam repetir aquele dito de Isaías: Serão esquecidas as tribulações antigas, serão ocultadas aos meus olhos.
Não é de admirar. Tinham bebido o vinho da doçura do Espírito de Deus, e quando a gente o prova toda carne perde o sabor. Por isso está prescrito aos pregadores: Daí bebidas inebriantes para quem está para perecer, e o vinho a quem tem amargura no coração. Bebam e esqueçam sua pobreza e não se lembrem mais de suas penas. Retornam aqui com propriedade as palavras de Jeremias nas Lamentações: Examinemos a nossa conduta, perscrutemo-la, e voltemos para o Senhor. Elevemos nossos corações acima das mãos, para o Deus que está nos céus. E faziam justamente assim, como eu vi com os meus olhos. Cumpriam os mandamentos do Apóstolo: Eu quero que os homens orem em todos os lugares, levantando mãos puras, sem ira e sem contendas.
Mas, para que não creias que toda aquela gente estivesse sem guia, uma vez que o Sábio declara: Sem direção, um povo decai, falaremos agora dos condutores desses grupos (pp. 99-100).