45). Frei Hugo de Digne, o maior Joaquita”.
Em seguida, por via marítima, cheguei a Marselha e de Marselha fui para Hyères para ver Frei Hugo de Bariola, também chamado de Digne e, na Itália, Frei Hugo de Mompilher. Ele era um dos eclesiásticos mais cultos do mundo e solene pregador, querido pelo clero e pelo povo, grandíssimo nas disputas e preparado em todos os campos. Superava a todos, tinha a última palavra em todas as questões, era um fortíssimo falador e tinha uma voz potente, como de trombeta soando ou de um grande trovão e águas abundantes no estrépito de uma cascata. Nunca dizia uma palavra descontrolada ou incerta. Tinha sempre pronta uma resposta para tudo. Dizia coisa maravilhosas sobre a corte celeste, isto é, sobre a glória do paraíso e coisas terríveis sobre as penas infernais.
Era oriundo da província da Provença, de estatura média, de pele um pouco escura. Era um homem espiritual em grau sumo, tanto que crerias estar vendo um outro Paulo ou um outro Eliseu. O que o Eclesiástico (Sr 48, 12-13) diz no capítulo 48 sobre Eliseu, pode ser repetido também sobre ele: Durante a vida, ele não tremeu diante dos príncipes e ninguém nunca pode vence-lo em força, e nenhuma palavra foi muito grande para ele.
De fato, ele falava com a mesma desenvoltura tanto no consistório diante do Papa e dos cardeais, como às crianças reunidas para brincar, e isso fosse em Lion, fosse quando estava em Roma. Todos tremiam quando o ouviam pregar, como o junco na água... (pp. 324-325).