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TEXTO ORIGINAL

Legenda Sanctae Clarae Virginis - 50

De daemoniacis liberatis

50 Puer quidam nomine Iacobinus de Perusio, non tam infirmus, quam daemonio pessimo videbatur obsessus. Nunc enim in ignem sese desperate projiciens, nunc in terra collidens, nunc usque ad dentium fractionem, lapides mordens, laniabat miserrime caput suum et corpus sanguine cruentabat. Ore distorto linguam foris projiciens, membrorum machinam tam facile glomerabat, ut saepe crus suum poneret super collum. 
Singulis diebus per duas vices puerum ipsum praedicta vexabat insania: nec illi duae personae obsistere poterant, quin propria exueret vestimenta. Peritorum medicorum juvamen requiritur, sed nullus qui sciat consulere invenitur. 
Pater eius nomine Guidolotus, postquam infortunii tanti remedium nullum apud homines invenit, ad sanctae Clarae merita se convertit: 
O virgo, inquit, sanctissima, o mundo venerabilis Clara, tibi miserum natum devoveo, a te sanitatem ejus tota supplicatione deposco. Festinat ad sepulcrum eius fide plenus, et allatum puerum super tumbam virginis ponens, eius protinus opem, dum poscit, acquirit. Statim enim puer ab illa infirmitate liber efficitur, et iam ulterius nulla consimili laesione vexatur.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda de Santa Clara Virgem - 50

Endemoninhados libertados

50 Um menino de Perusa, chamado Tiaguinho, mais que doente parecia possuído por um dos piores demônios. Às vezes, jogava-se desesperado no fogo, ou se debatia no chão. Também mordia as pedras até quebrar os dentes, ferindo muito a cabeça e machucando-se até ficar com o corpo todo ensanguentado. De boca torcida, língua de fora, virava muitas vezes os membros com tão estranha habilidade que se transformava numa bola, passando a perna pelo pescoço. 
Essa loucura o atacava duas vezes por dia; nem duas pessoas podiam impedi-lo de tirar a roupa. Procuraram a ajuda de médicos competentes, mas não encontraram nenhum que conseguisse resolver o caso. 
Seu pai, Guidoloto, não tendo encontrado entre os homens remédio algum para tamanho infortúnio, recorreu ao poder de Santa Clara e rezou: 
“Ó virgem santíssima! Ó Clara, venerada pelo mundo, eu te ofereço meu pobre filho, e te imploro na maior súplica que o cures”. Cheio de fé, foi logo ao sepulcro e, colocando o rapaz em cima da tumba da virgem, obteve o favor enquanto o pedia. De fato, o menino ficou livre na mesma hora daquela doença e nunca mais foi molestado por nenhum mal parecido.