Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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TEXTO ORIGINAL

Legenda Sanctae Clarae Virginis - 13

De sancta et vera paupertate

13 Paupertatem spiritus, quae vera humilitas est, paupertas rerum omnium continebat. Ac primum in suae conversionis initio, paternam haereditatem, quae ad eam pervenerat, distrahi fecit, sibique de pretio nihil reservans, totum pauperibus erogavit. Hinc saeculo foris relicto, mente intus ditata, post Christum sine sacculo exonerata percurrit. 
Tantum denique cum sancta paupertate foedus iniit, amoremque contraxit, ut nihil praeter Dominum Christum habere vellet, nihil suas filias possidere permitteret. Nequaquam coelestis desiderii pretiosissimam margaritam, quam venditis omnibus (cfr. Mat 13,46) compararat, arbitrabatur cum temporalium mordaci sollicitudine possidendam. 
Inculcat suis frequenti sermone sororibus, tunc acceptabile Deo illud fore collegium, cum paupertate fuerit opulentum, et tunc perpetuo stabile permansurum, si altissimae paupertatis(cfr. 2Cor 8,2) fuerit semper turre munitum. Hortatur eas in paupertatis nidulo Christo pauperi conformari quem paupercula mater in arcto praesepio parvulum reclinavit (cfr. Luc 2,7). Hoc enim peculiari recordatorio quasi monili aureo suum fibulabat pectus, ne terrenorum pulvis ad interiora transiret.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda de Santa Clara Virgem - 13

A santa e verdadeira pobreza 

13 Com a pobreza de espírito, que é a verdadeira humildade, harmonizava a pobreza de todas as coisas. Logo no começo de sua conversão, desfez-se da herança paterna que recebera e, sem guardar nada para si, deu tudo aos pobres. Depois, deixando o mundo lá fora, com a alma enriquecida interiormente, correu livre, sem bolsa, atrás de Cristo. 
Fez um pacto tão forte com a santa pobreza, tanto amor lhe consagrou, que nada queria possuir nem permitiu que suas filhas possuíssem, senão o Cristo Senhor. Achava que a preciosíssima pérola do desejo do céu, que comprara depois de vender tudo (cfr. Mt 13,46) , não podia ser partilhada com o cuidado devorador dos bens temporais. 
Em alocuções freqüentes, inculcava nas Irmãs que a comunidade seria agradável a Deus na medida em que fosse opulenta de pobreza e que, munida com a torre da mais alta pobreza (cfr. 2Cor 8,2), seria estável para sempre. No pequeno ninho da pobreza, animava-as a conformar-se com o Cristo pobre, deitado pela mãe pobrezinha em mísero presépio (cfr. Lc 2,7). Pois afivelava o peito com essa singular lembrança, jóia de ouro, para que o pó terreno não passasse para o interior.