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TEXTO ORIGINAL

Legenda Sanctae Clarae Virginis - 62

De canonizatione sanctee Clarae Virginis

62 Residente autem in sede Petri clementissimo principe domino Alexandro IIII, viro totius sanctitatis amico, qui et Religiosorum tutela et Religionum firma erat columna, dum horum mirabilium relatio curreret, et de die in diem fama virtutum Virginis latius insonaret, canonizationem tantae Virginis ipse iam mundus cum desiderio expectabat. Dictus denique Pontifex, tantorum turba signorum quasi in rem insolitam excitatus, de canonizatione eius una cum Cardinalibus coepit habere tractatum. 
Committuntur personis solemnibus et discretis examinanda miracula, vitae quoque magnalia discutienda traduntur. Invenitur Clara, dum viveret, omnium virtutum exercitio clarissima; invenitur post transitum veris et probatis miraculis admiranda. 
Die enim ad hoc statuta, cum coetus Cardinalium convenisset, Archiepiscoporum et Episcoporum conventus adesset, Cleri concio ac religiosorum, sapientum quoque et potentum plurima multitudo assisteret, summo Pontifice illud salubre negotium in medium proponente, ac Praelatorum iudicium sciscitante, universi prompto favore propensius annuentes, Claram dicunt clarfficandam in terris, quam Deus clarificavit in excelsis. 
Instante vero die migrationis eius ad Dominum, duobus annis ab ipsius transitu revolutis, Praelatorum et totius Cleri multitudine convocata, sermone quoque praemisso, felix Alexander, cui haec a Domino fuerat gratia reservata, cum celebritate permaxima Sanctorum cathalogo Claram reverenter ascripsit, festumque eius solemniter, in tota Ecclesia celebrandum instituit, atque ipse primus cum tota: Curia solemnissime celebravit. 
Acta sunt autem haec apud Anagniam in ecclesia maiori, anno dominicae Incarnationis MCCLV, Pontificatus Domini Alexandri anno primo; ad laudem Domini nostri Jesu Christi cum Patre et Spiritu Sancto vivit et regnat in saecula saeculorum. Amen.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda de Santa Clara Virgem - 62

A canonização da virgem Santa Clara 

62 Quando se espalhou a notícia desses milagres e a fama das virtudes da santa começou a se propagar cada vez mais amplamente, estava na Sé de Pedro o clementíssimo príncipe senhor Alexandre IV, amigo de toda santidade, protetor dos religiosos e firme coluna das Ordens. Todo o mundo já esperava com grande desejo a canonização de tão insigne virgem. Por fim, o referido pontífice, como que levado pelo acúmulo de tantos milagres a uma decisão insólita, começou a tratar com os cardeais de sua canonização. 
Entregou o exame dos milagres a pessoas dignas e discretas, encarregadas de estudar também sua vida prodigiosa. Viu-se que Clara tinha sido, em vida, claríssima pela prática de todas as virtudes e, morta, admirável por milagres autênticos e comprovados. 
Num dia marcado, houve uma reunião do colégio dos cardeais, com a presença de arcebispos e bispos. Apresentou-se uma multidão de clérigos e religiosos, com a assistência de muitos sábios e poderosos. O Sumo Pontífice propôs o salutar assunto e pediu a opinião dos prelados. Todos se demonstraram imediatamente favoráveis, dizendo que era preciso glorificar na terra Clara, que Deus havia glorificado nas alturas. 
Já perto do dia de sua migração, dois anos depois do seu trânsito, o feliz Alexandre, a quem Deus reservara essa graça, convocou a multidão dos prelados e de todo o clero e lhes fez um sermão. Depois, com a maior afluência de povo, inscreveu reverentemente Clara no catálogo dos santos e decretou que em toda a Igreja se celebrasse solenemente a sua festa, que foi o primeiro a celebrar solenissimamente com toda a Cúria. 
E isso teve lugar em Anagni, na igreja maior, no ano de 1255 da Encarnação do Senhor, primeiro ano do pontificado do senhor Alexandre. Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo, que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.