Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

  • Fontes Clarianas
  • Fontes Históricas
  • Legendas
  • Legenda de Santa Clara Virgem

TEXTO ORIGINAL

Legenda Sanctae Clarae Virginis - 24

De virtute orationis eius in conversione germanae suae.

24 Verum nec illa suae orationis virtus mirifica debet silentio sepeliri, quae in ipso conversionis initio, unam animam ad Deum convertit, conversam defendit. Habebat namque sororem, aevo teneram, carne ac puritate germanam: cuius conversionem desiderans, inter precum primitias, quas Deo plenis affectibus offerebat, hoc postulabat obnixius, ut sicut cum sorore habuerat in saeculo cohaerentiam animorum, ita iam in Dei servitio fieret inter eas unitas vo-luntatum. 

Orat igitur instanter misericordiae Patrem, ut relictae in domo sorori Agneti desipiat mundus, dulcescat Deus, eamque sic a proposito carnalium nuptiarum ad sui amoris copulam transferat, quatenus una secum in virginitate perpetua Sponso gloriae nubat. Mirandus enim utrique mutuus insederat amor, qui novam divulsionem, licet affectu dissimili, utrique fecerat dolorosam. 
Favet celeriter divina maiestas egregiae oratrici, primumque illud donum quod praecipue postulat, quodque magis Deum exhibere delectat, festinantius elargitur. 
Nam post sedecim dies a conversione Clarae, Agnes divino afflata spiritu, properat ad sororem, eique suae referens voluntatis arcanum, se dixit, velle Domino penitus deservire. Quam illa gaudenter amplectens: Gratias, inquit, ago Deo, dulcissima soror, quod me de te solicitam exaudivit.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda de Santa Clara Virgem - 24

A força da sua oração na conversão de sua irmã

24 De fato, não devemos sepultar no silêncio a eficácia admirável de sua oração que, ainda no começo de sua consagração, converteu uma alma para Deus, e a protegeu. Tinha uma irmã jovem, irmã na carne e na pureza. Desejando sua conversão, nas primeiras preces que oferecia a Deus com todo afeto, insistia nisso: que, assim como no mundo tinha tido com a irmã conformidade de sentimentos, assim agora se unissem, ambas, para o serviço de Deus em uma só vontade. 
Pedia insistentemente ao Pai da misericórdia que o mundo perdesse o gosto e que Deus fosse doce para Inês, a irmã deixada em casa, mudando-a da perspectiva de um casamento humano para a união de seu amor, desposando com ela, em virgindade perpétua, o Esposo da glória. Um afeto admirável tomara conta das duas e, embora por diferentes razões, tinha tornado dolorosa para ambas a recente separação. 
A divina Majestade atendeu depressa a excepcional orante e lhe concedeu imediatamente aquele primeiro dom, pedido mais que tudo e que mais agradava a Deus regalar. 
Assim, dezesseis dias depois da conversão de Clara, Inês, levada pelo Espírito divino, correu para a irmã e, contando seu segredo, disse que queria servir só ao Senhor. Ela a abraçou toda feliz e exclamou: “Dou graças a Deus, dulcíssima irmã, porque abriu os ouvidos à minha solicitude por você”.