Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

  • Fontes Clarianas
  • Fontes Históricas
  • Legendas
  • Legenda de Santa Clara Virgem

TEXTO ORIGINAL

Legenda Sanctae Clarae Virginis - 20

20 Quantam sui munitionem in fornace ferventis orationis accipiat, quantum sibi in illa fruitione bonitas divina dulcescat, solita indicia probant. Cum enim ab oratione sancta cum incunditate redibat, calida verba, et quae sororum pectora succendebant, de igne altaris Domini reportabat. Mirabantur enim quamdam dulcedinem ex eius ore procedere et clariorem solito faciem apparere. Paraverat certe in dulcedine sua pauperi Deus (cfr. Ps 67,11), et mentem quam in oratione lux vera repleverat, exterius corporaliter exemplabat. 
Sic in mundo labili sponso suo nobili non labiliter juncta, continue deliciatur in superis: sic in rota versatili, virtute stabili fulta, et in vase fictili thesaurum gloriae claudens, carne in imis, mente permanet in excelsis. Mos ei erat ad Matutinum praevenire iuvenculas, quas per signa silenter excitans, provocabat ad laudes. 
Saepe, ceteris dormientibus, lampades accendebat: saepe campanam propriis manibus ipsa pulsabat. Nullus erat tepori, nullus in suo claustro desidiae locus, ubi orandi et Domino serviendi pigritiam aspera invectio stimulabat.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda de Santa Clara Virgem - 20

20 Os indícios costumeiros comprovam toda a força que tirava da fornalha da oração fervorosa, e como nela gozava com doçura a bondade divina. Pois, quando voltava toda alegre da santa oração, trazia do fogo do altar do Senhor palavras ardentes que acendiam também os corações das Irmãs. Admiravam a doçura que vinha de sua boca e o rosto parecendo mais claro que de costume. Certamente, Deus tinha banqueteado a pobre em sua doçura (cfr. Sl 67,11), e a alma cumulada de luz verdadeira na oração estava transparecendo no corpo. 
Assim, unida imutavelmente a seu nobre Esposo no mundo mutável, deliciava-se continuamente nas coisas do alto. Firme em virtude estável no rodar versátil, guardando o tesouro da glória em vaso de barro, tinha o corpo na terra e a alma nas alturas. Costumava ir antes que as jovens para as Matinas, acordando-as com sinais silenciosos e incitando-as ao louvor. 
Em geral, acendia as luzes quando as outras dormiam. Muitas vezes era ela que tocava o sino. Em seu convento, não havia lugar para tibieza, nem desídia, pois a preguiça era atacada por forte estímulo para orar e servir ao Senhor.