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TEXTO ORIGINAL

Legenda Sanctae Clarae Virginis - 21

De mirabilibus orationum eius et primo de Saracenis mirabiliter effugatis

21 Libet hic orationum eius recitare magnalia, sicut veritate fidelissima, sic et veneratione praedigna. 
Illa tempestate, quam sub Imperatore Friderico in diversis mundi partibus sustinebat Ecclesia, vallis Spoletana de calice irae frequentius imbibebat. Erant in ea pro depopulatione castrorum, pro civitatum expugnatione, imperiali iussu constitutae acies militum et Saracenorum sagittariorum examina velut apum. Cumque in Assisium, peculiarem Domini civitatem, hostilis semel furor irrueret, et jam ipsis portis exercitus appropinquaret, Saraceni gens pessima, qui sanguinem sitiunt christianum et omne nefas impudentius audent, apud sanctum Damianum intra loci terminos, immo intra claustrum virginum, influxerunt. 
Liquescunt dominarum corda timoribus, tremunt formidine verba, et ad matrem referunt fletus suos. Quae impavido corde, se infirmam ad ostium duci iubet, et ante hostes poni, praecedente eam cassa argentea, intra ebur inclusa, in qua Sancti Sanctorum corpus devotissime servabatur.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda de Santa Clara Virgem - 21

Maravilhas de sua oração: Antes de tudo, os sarracenos milagrosamente postos em fuga

21 Quero contar aqui, com toda a fidelidade à verdade, os prodígios de sua oração, mais que dignos de veneração. 
Durante a tormenta que a Igreja sofreu em diversas partes do mundo sob o imperador Frederico, o vale de Espoleto teve que beber muitas vezes o cálice da ira. Por ordem do imperador, aí se estabeleceram, como enxames de abelhas, esquadrões de cavalaria e arqueiros sarracenos, despovoando castelos e aniquilando cidades. Quando o furor inimigo se dirigiu uma vez contra Assis, cidade predileta do Senhor, o exército já estava chegando perto das portas, e os sarracenos, gente péssima, sedenta de sangue cristão e desavergonhadamente capaz de qualquer crime, entraram no terreno de São Damião e chegaram até dentro do próprio claustro das Irmãs. 
O coração das senhoras derretia-se de terror. Tremendo para falar, levaram seus prantos à madre. Corajosa, ela mandou que a levassem, doente, para a porta, diante dos inimigos, colocando à sua frente uma caixinha de prata revestida de marfim, onde guardavam com suma devoção o Corpo do Santo dos Santos.