TEXTO ORIGINAL
1 Dum iret per quandam provinciam beatus Franciscus, obviavit illi quidam abbas cuiusdam monasterii, qui nimio amore venerabatur ipsum.
2 Et descendit de equo abbas ille locutusque est cum ipso de salute anime sue per aliquam horam.
3 Et dum vellent se separari ab invicem, abbas ille rogavit beatum Franciscum cum omnimoda devotione, ut rogaret Dominum pro anima sua.
4 Respondit ei beatus Franciscus: “Libenter faciam”.
5 Et parum discedente abbate [a] beato Francisco, dixit beatus Franciscus ad socium suum: “Frater, expectemus parum quia volo orare pro abbate illo, sicut promisi”. 6 Et oravit pro illo.
7 Nam mos erat beati Francisci, cum aliquis ex devotione rogabat ipsum ut Dominum oraret pro anima sua, quam citius poterat orationem pro eo fundebat, ut non traderet postea oblivioni.
8 Et ambulante abbate per viam suam non multum longe a beato Francisco subito visitavit eum Dominus in corde suo, et quidam calor suavis circa faciem suam advenit, et elevatus est in excelsum mentis sed parva morula.
9 Et reversus in se (cfr. Luc 15,17; Act 12,11) statim cognovit beatum Franciscum orasse pro eo.
10 Et cepit laudare Deum et habere inde letitiam utriusque hominis.
11 Et exinde maiorem devotionem habuit in sancto patre considerando in se magnitudinem sanctitatis eius, et in se dum vixit pro magno miraculo habuit, et fratribus et aliis sicut sibi acciderat multotiens annuntiavit.
TEXTO TRADUZIDO
36. Eficácia da sua oração
1 Quando o bem-aventurado Francisco ia por um certa província, veio ao seu encontro o abade de um mosteiro, que tinha muita veneração por ele.
2 O abade desceu do cavalo e falou com ele sobre a salvação de sua alma, aí por uma hora.
3 Quando quiseram separar-se, o abade pediu ao bem-aventurado Francisco, com toda devoção, que rogasse ao Senhor por sua alma.
4 Respondeu-lhe o bem-aventurado Francisco: “Vou fazê-lo de boa vontade”.
5 E quando o abade se havia afastado um pouco do bem-aventurado Francisco, disse o bem-aventurado Francisco a seu companheiro: Irmãos, esperemos um pouco porque quero rezar pelo abade, como prometi”.
6 E orou por ele.
7 Porque era costume do bem-aventurado Francisco, quando alguém lhe pedia por devoção que orasse ao Senhor por sua alma, derramava a oração por ele logo que podia, para não se esquecer depois.
8 E andando o abade por seu caminho, não muito longe do bem-aventurado Francisco, o Senhor visitou-o de repente em seu coração, sentiu um certo calor suave ao redor de seu rosto, sendo elevado no excelso da mente, mas por um pouquinho de tempo.
9 Quando voltou a si, logo soube que o bem-aventurado Francisco tinha rezado por ele.
10 E começou a louvar a Deus e a ter por isso uma alegria interior e exterior.
11 A partir daí teve uma devoção maior pelo santo pai, considerando a grandeza de sua santidade, e teve consigo mesmo esse fato, enquanto viveu, como um grande milagre, e o contou muitas vezes aos irmãos e aos outros como lhe tinha acontecido.