Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Crônica de Jordão de Jano

TEXTO ORIGINAL

Chronica Fratris Iordani - 14

14 Beatus Franciscus assumptis secum fratre Helya et fratre Petro Cathanie et fratre Cesario, quem frater Helyas minister Syrie, ut dictum est supra, receperat et aliis fratribus rediit in Ytaliam. Et ibi causis turbacionum plenius intellectis non ad turbatores, sed ad dominum papam Honorium se contulit. Ad fores ergo domini pape pater humilis iacens cubiculum tanti principis perstrependo pulsare non audebat sed eius spontaneum eggressum longanimiter expectabat. Quo egresso beatus Franciscus facta ei reverencia dixit: “Pater papa, Deus det pacem!” (Test 23). At ille: “Benedicat tibi Deus, fili!” Et beatus Franciscus: “Domine, cum sis magnus [dominus] et magnis sepe prepeditus negotiis, pauperes ad te accessum habere sepe non possunt nec tibi loqui, quociens necesse habent. Multos mihi papas dedisti. Da unum, cui cum necesse habeo, loqui possim, qui vice tua causas meas et ordinis mei audiat et discuciat”. — Ad quem papa: “Quem vis ut dem tibi, fili?” — Et ille: “Dominum Hostiensem”. Et concessit. Cum ergo beatus Franciscus domino Hostiensi pape suo causas turbationis sue retulisset litteras fratris Philippi in continenti revocavit et frater Johannes cum suis cum verecundia a curia est repulsus.

TEXTO TRADUZIDO

Crônica de Jordão de Jano - 14

14 O bem-aventurado Francisco, tomando consigo Frei Elias, Frei Pedro Cattani, Frei Cesário,  a quem Frei Elias como ministro da Síria acolhera como foi dito, e os outros ir­mãos, voltou para a Itália. Aí, tendo compreendido melhor as causas das perturbações, não se dirigiu aos agitado­res, mas ao senhor Papa Honório. Estando, portanto, o humilde pai diante da porta do senhor papa, não ousava bater com barulho no quarto de tão grande príncipe, mas esperava com grande paciência que ele saísse espontaneamente. Quando ele saiu, o bem-aventurado Fran­cisco fez uma reverência e disse: “Pai Papa, Deus te dê a paz!” E ele disse: “Deus te abençoe, filho!” E o bem-aventurado Francisco disse: “Senhor, como és um grande se­nhor e envolvido por grandes preocupações, os pobres muitas ve­zes não podem ter acesso a ti nem te falar todas as vezes que têm necessidade. Deste-me muitos papas. Dá-me um a quem eu possa falar quando tiver necessidade, que em teu lugar es­cute e discute as questões de minha Ordem”. Disse-lhe: o papa: “Quem queres que eu te dê, filho?” E ele: “O senhor de Ostia”. E ele concedeu. Por isso, quando o bem-aventurado Fran­cisco relatou ao senhor de Óstia, seu papa, as causas da perturba­ção, ele revogou incontinenti as cartas de Frei Filipe; e Frei João, com os seus, foi vergonhosamente expulso da cúria.