Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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TEXTO ORIGINAL

Speculum perfectionis - 69

Caput 69. Qualiter praescivit et praedixit quod scientia debebat esse occasio ruinae ordinis, et qualiter prohibuit uni sociorum ne intenderet studio praedicationum.

1 Dolebat multum beatus Franciscus si virtute neglecta quaereretur scientia inflativa (cfr.  1Cor 8,1; 13,4),maxime si non in ea vocatione quisque persisteret in qua vocatus a principio fuerit (cfr. 1Cor 7,20.24)2 Dicebat enim: “Fratres mei qui scientiae curiositate ducuntur in die tribulationis (cfr. Os 9,7) invenient manus suas vacuas.

3 Ideo vellem eos magis roborari virtutibus, ut, cumtempus tribulationis (Ps 36,39) venerit, secum haberentin angustia Dominum  (cfr. 2Par 15,4). 4 Nam et ventura est tribulatio (cfr. Ps 21,12; Prov 1,27)qua libri, ad nihilum utiles, in fenestris et latebris projicientur”. 5 Non hoc dicebat quia lectio sacrae scripturae sibi displiceret, sed ut a superflua cura discendi retraheret universos. Volebat enim ipsos potius esse caritate bonos quam scientiae curiositate sciolos.
6 Praeodorabatur etiam tempora, non longe, ventura, in quibus jam praesciebat scientiam inflativam (cfr. 1Cor 8,1; 13,4) debere esse occasionem ruinae; 7 unde quemdam sociorum suorum aliquando praedicationum studio nimis intentum, post mortem suam apparens ei, reprehendit atque prohibuit; jussitque illi ut studeret viam humilitatis et simplicitatis incedere.

TEXTO TRADUZIDO

Espelho da Perfeição - 69

Capítulo 69. Como previu e predisse que a ciência devia ser oca­sião de ruína da ordem e como proibiu a um dos companheiros dedicar-se ao empenho das pregações.

1 São Francisco sofria muito se, negligenciando a virtude, al­guém procurava a ciência que envaidece (cf. 1Cor 8,1; 13,4), so­bretudo se não perseverasse na vocação para a qual foi chamado (cf. 1Cor 7,20.24) desde o princípio. 2 Dizia: “Meus frades que são levados pela curiosidade da ciência, no dia da tribulação (cf. Os 9,7) se encontrarão de mãos vazias.
3 Por isso, desejaria que se robustecessem mais nas virtudes, a fim de que, ao chegar o tem­po da tribulação (cf. Sl 36,39), na angústia tivessem consigo o Senhor (cf. 2Cr 15,4). 4 Pois virá a tribulação (cf. Sl 21,12; Pr 1,27), em que os livros não serão úteis para nada e serão jogados pelas janelas e pelos cantos”. 5 Não dizia isso porque lhe desagradava a leitura da Sagrada Escritura, mas, para afastar a todos da supérflua preocupação de aprender. Pois queria que antes fossem bons na caridade do que sabidos na curiosidade da ciência.
6 Pressentia também que viriam tempos, não distantes, em que já previa que a ciência que envaidece (cf. 1Cor 8,1; 13,4) devia ser ocasião de ruína; 7 por isso, depois de sua morte, apare­cendo a um de seus companheiros que estava demasiado absorto no estudo da pregação, censurou-o, proibiu-lhe e orde­nou-lhe que cuidasse a seguir o caminho da humildade e da simplicidade.