Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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TEXTO ORIGINAL

Speculum perfectionis - 95

Caput 95. Qualiter in se et in allis semper dilexit laetitiam spiritualem in­teriorem et exteriorem.

1 In hoc autem summum et praecipuum studium semper habuit beatus Franciscus ut extra orationem et divinum officium haberet continue interius et exterius laetitiam spiritualem. 2 Et hoc similiter in fratribus suis singulariter diligebat, immo de tristitia et accidia etiam exteriori ipsos saepius arguebat.
3 Dicebat enim quod “si servus Dei studuerit habere et conservare interius et exterius laetitiam spiritualem, quae provenit ex munditia cordis et acquiritur per devotionem orationis, daemones nihil possunt ei nocere dicentes: 4 Ex quo in tribulatione et prosperitate habet laetitiam servus Dei, non possumus invenire aditum intrandi ad ipsum nec sibi nocere. 5 Sed tunc exsultant daemones quando devotionem et laetitiam quae provenit ex munda oratione et aliis virtuosis operibus possunt exstinguere vel aliqualiter impedire.
6 “Nam si diabolus in servo Dei potest habere aliquid de suo, nisi fuerit sapiens et sollicitus delere et destruere illud, quam citius poterit, per virtutem sanctae orationis, contritionis, confessionis et satisfactionis, in brevi tempore de uno capillo facit unam trabem semper ibi adjiciendo. 7 Quia ergo, fratres mei, ex munditia cordis et puritate continuae orationis provenit haec laetitia spiritualis, circa illa duo acquirenda et conservanda principaliter est studendum, 8 ut ipsam laetitiam, quam in me et in vobis summo affectu cupio et diligo cernere et sentire, possitis habere interius et exterius ad aedificationem proximi et vituperium Inimici. 9 Ad ipsum enim et ad membra ejus pertinet contristari, ad nos autem laetarisemper in Domino et gaudere (cfr. Phip 4,4)”.

TEXTO TRADUZIDO

Espelho da Perfeição - 95

Capítulo 95. Como sempre amou a espiritu­al alegria interior e exterior em si e nos outros.

1 Nesse esforço maior e mais importante,  o bem-aventurado Francisco sempre quis possuir, além da oração e do ofício divino, uma constante alegria de espírito, tanto interior quanto exteriormente. 2 E isso amava igual­mente em cada um de seus frades, e até os repreendia muitas vezes por sua tristeza e desencanto, mesmo exterior.
3 Pois dizia: “Se o servo de Deus se esforçar por possuir e conservar interior e exteriormente a alegria espiritual, que pro­vém de um coração limpo e se adquire pela devoção da oração, os demônios em nada poderão prejudicá-lo e dirão: 4 Já que o servo de Deus tem alegria na tribulação e na prosperidade, não podemos encontrar uma entrada nele para prejudicá-lo. 5 Mas os demônios exultam quando podem extinguir ou impedir de alguma forma a devoção e a alegria que provêm da oração pura e das outras obras de virtude.
6 Porque, se o diabo conseguir ter algo de seu no servo de Deus, a não ser que seja sábio e solícito para destruir isso pelo poder da santa oração, da contrição, da confissão e da freparação, em breve tempo fará de um cabelo uma trave que irá sempre aumentando. 7 Portanto, meus irmãos, já que a alegria espiritual provém da limpidez do coração e da pure­za da oração contínua, deveis esforçar-vos sobretudo por adqui­rir e conservar essas duas, 8 para que interior e exterior­mente possais ter a mesma alegria que tanto desejo e gosto de descobrir e de sentir em mim e em vós, para a edificação do pró­ximo e vergonha do inimigo. 9 Afinal, ele e seus sequazes é que têm que estar tristes, mas nós temos que nos alegrar sempre no Senhor exultar” (cf. Fl 4,4).