TEXTO ORIGINAL
Caput V - Qualiter pater eius persequens ligavit eum.
10.
1 Moram igitur faciente in praedicto loco servo Dei excelsi, pater eius circuit usquequaque tanquam sedulus explorator, scire cupiens quid de filio actum sit.
2 Et dum intellexisset eum in loco iam dicto taliter conversari, tactus dolore cordis intrinsecus (Gen 6,6), ad subitum rerum eventum turbatus est valde (cfr. Ps 6,4) nimis, convocatisque amicis ac vicinis (cfr. Luc 15,6), citissime cucurrit ad locum in quo Dei famulus morabatur.
3 At ipse, quia novus Christi athleta erat, cum audiret persequentium minas ac eorum praesentiret adventum, dare locum irae (cfr. Rom 12,19) nolens, in quamdam occultam caveam quam ad hoc ipsemet paraverat, se mergebat.
4 Erat fovea illa in domo, uni tantum forte cognita soli, in qua per mensem unum sic continuo latitavit, ut ad causam humanae necessitatis egredi vix auderet.
5 Cibus si quando dabatur, in foveae occulto edebat eum, et clandestinum ei omne impendebatur obsequium.
6 Oransque orabat iugiter lacrimarum imbre perfusus, ut liberaret eum Dominus de manibus persequentium animam (cfr. Ps 141,7) suam, et ut pia vota sua benigno favore compleret: in ieiunio et fletu (cfr. Ioel 2,12) exorabat clementiam Salvatoris, et de sua diffidens industria, totum iactabat in Domino cogitatum(cfr. Ps 54, 23).
7 Et licet esset in fovea et in tenebris constitutus (cfr. Dan 2,22), perfundebatur tamen indicibili quadam laetitia sibi hactenus inexperta, ex qua totus ignescens, relicta fovea, palam se persecutorum exposuit maledictis.
TEXTO TRADUZIDO
Capítulo 5 - Como seu pai, perseguindo-o, o prendeu
10.
1 Enquanto o servo de Deus Altíssimo estava nesse lugar, seu pai, como um investigador aplicado buscava-o por todos os lados, querendo saber que fim levara o filho.
2 Quando entendeu como ele estava vivendo naquele local, teve o coração ferido de íntima dor, e ficou muito perturbado com a súbita mudança. Convocou amigos e vizinhos e correu o mais depressa que pôde para onde morava o servo de Deus.
3 Francisco, que era um atleta de Cristo ainda novato, sabendo das ameaças dos que o perseguiam e pressentindo sua chegada, não quis dar oportunidade à raiva e se meteu numa cova secreta que tinha preparado para isso.
4 Esteve um mês nesse esconderijo, que ficava na casa e talvez só fosse conhecido por um amigo, mal ousando sair para as necessidades.
5 Comia algum alimento, quando o recebia, no fundo da cova. Todo auxílio lhe era levado em segredo.
6 Banhado em lágrimas, rezava continuamente para que Deus o livrasse da mão dos que o perseguiam e, por um favor benigno, lhe permitisse cumprir seus piedosos propósitos. Jejuando e chorando, implorava a clemência do Salvador e, desconfiando da própria capacidade, punha em Deus todo o seu pensamento.
7 Mesmo dentro do buraco e na escuridão, gozava de uma alegria indizível, que nunca tinha experimentado. Cheio de ardor, saiu do esconderijo e se apresentou às injúrias dos que o perseguiam.