TEXTO ORIGINAL
19.
1 Super hanc quoque pretiosissimarum margaritarum nobilis structura surrexit, quarum laus non ex hominibus sed ex ipso Deo est (cfr. Rom 2,29), cum nec angusta meditatio eam cogitare sufficiat, nec brevis locutio explicare.
2 Praecipua namque ante omnia in eis viget virtus mutuae ac continuae charitatis, quae ita ipsarum in unum copulat voluntates, ut cum quadraginta vel quinquaginta pariter alicubi commorentur, idem velle ac idem nolle unum in eis spiritum faciat diversis.
3 Secundo in unaquaque rutilat humilitatis gemma, quae collata dona et bona de caelis habita sic conservat, ut virtutes caeteras mereantur.
4 Tertio virginitatis et castitatis lilium sic respergit odore mirabili universas, ut terrenarum cogitationum oblitae, sola desiderent caelestia meditari, et tantus ex ipsius fragrantia in ipsarum cordibus aeterni Sponsi amor exoritur, ut integritas sacrae affectionis omnem ab eis consuetudinem vitae prioris excludat.
5 Quarto sic omnes altissimae paupertatis sunt titulo insignitae, ut extremae necessitati victus et vestitus vix vel nunquam satisfacere acquiescant.
TEXTO TRADUZIDO
19.
1 Sobre ela ergueu-se o nobre edifício de preciosíssimas pérolas, cujo louvor não vem dos homens mas de Deus. Porque não conseguimos compreendê-lo com nossa inteligência estreita nem apresentá-lo em pobres palavras.
2 Antes de tudo, elas possuem a virtude da mútua e constante caridade, unindo a tal ponto suas vontades que, vivendo em número de quarenta ou cinqüenta em um mesmo lugar, o mesmo querer e não querer parece fazer de todas um só espírito.
3 Em segundo lugar, brilha também em cada uma a jóia da humildade, que conserva os dons recebidos do céu e lhes merece outras virtudes.
4 Em terceiro lugar, o lírio da virgindade e da pureza perfuma-as todas, a ponto de esquecerem os pensamentos terrenos e desejarem apenas meditar nos celestiais. Essa fragrância acende em seus corações tão grande amor pelo Esposo eterno, que a integridade desse afeto sagrado lhes apaga toda saudade da vida passada.
5 Em quarto lugar, distinguem-se a tal ponto pelo título da mais alta pobreza que quase nunca se permitem satisfazer