TEXTO ORIGINAL
V. - De leprosis mundatis.
146.
1 Apud Sanctum Severinum in Marchia de Ancona iuvenis quidam erat, nomine Acto, qui totus lepra infectus exsistens, medicorum iudicio leprosus ab omnibus habebatur.
2 Omnia enim membra eius tumefacta et ingrossata erant, et extensione ac inflatione venarum inconvenienti aspectu cuncta cernebat.
3 Non poterat ambulare, sed in lecto aegritudinis miser assidue iacens, parentibus suis dolorem atque tristitiam ingerebat.
4 Pater vero ipsius, dolore nimio quotidie sauciatus, quid de ipso ageret nesciebat.
5 Tandem venit in cor suum, ut beato Francisco ipsum modis omnibus devoveret, et ait ad filium suum: “Vis te, fili, vovere sancto Francisco, qui multis ubique coruscat miraculis, ut ei placeat te ab hac aegritudine liberare?” Qui respondens ait: “Volo, pater”.
6 Fecit statim pater eius apportari papyrum, et filii statura in longitudine ac grossitudine mensurata: “Erige te”, inquit, “fili, et beato Francisco te devove, et liberatione tibi donata, candelam sibi tuae longitudinis singulis annis, dum vixeris, apportabis”.
7 Qui ad iussum patris utcumque se erigens, iunctis manibus, coepit beati Francisci misericordiam suppliciter invocare.
8 Suscepta itaque mensura papyri et completa oratione, illico a lepra est sanatus, et surgens, dans gloriam Deo (cfr. Ioa 9,24; Rom 4,20) et beato Francisco, coepit cum gaudio ambulare (cfr. Col 1,10.11).
9 In civitate Fani iuvenis quidam, nomine Bonushomo, qui a medicis universis habebatur paralyticus et leprosus, a parentibus suis beato Francisco devote oblatus, mundatus a lepra et effugato morbo paralysis, plenam consecutus est sanitatem.
TEXTO TRADUZIDO
V. - Dos leprosos curados
146.
1 Havia em São Severino, na Marca de Ancona, um moço chamado Acto, que estava todo atacado de chagas e, segundo os médicos, era tido por todos como um leproso.
2 Todos os seus membros tinham se entumescido e inchado e, devido à inflamação das veias, tinha uma estranha visão de todas as coisas.
3 Como não podia andar, passava miseravelmente o tempo todo no seu leito de dores, com imensa amargura e tristeza dos pais.
4 Especialmente do pai, que já não sabia mais o que fazer.
5 Até que teve a idéia de consagrá-lo totalmente a São Francisco e disse ao filho: “Meu filho, não te queres consagrar a São Francisco, que em toda parte está fazendo tantos milagres, para que ele te liberte dessa doença?” Respondeu: “Quero, pai”.
6 Imediatamente o pai mandou buscar papel e tomou as medidas da altura e da cintura do filho, dizendo: “Levanta-te, filho, e te consagra a São Francisco, e quando ele te curar, tu lhe levarás cada ano, durante a tua vida, uma vela da tua altura”.
7 Ele obedeceu, levantou-se, juntou as mãos e começou a suplicar a misericórdia de São Francisco.
8 Feita a medida no papel e concluída a oração, o rapaz ficou imediatamente curado da lepra. Levantou-se e começou a caminhar todo feliz, dando glória a Deus.
9 Um moço de Fano, conhecido por Bom Homem, era tido por todos os médicos como paralítico e leproso. Foi devotamente consagrado por seus pais a São Francisco e, limpo da lepra e livre da paralisia, obteve cura total.