TEXTO ORIGINAL
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1 In urbe Romana Praxedis quaedam nomine, religiositate famosa, quae a tenella aetate propter aeterni Sponsi amorem arcto se carcere per quadraginta iam fere annos abdiderat, apud beatum Franciscum gratiam promeruit specialem.
2 Nam cum die quadam pro rebus opportunis solarium suae cellulae conscendisset, et impulsione phantastica corruens, confractum haberet pedem cum crure et humerum a positione debita sequestratum, apparuit ei benignissimus Pater, vestimentis gloriae (cfr. Is 52,1) candidatus, dulcibusque affatibus alloqui coepit eamdem:
3 ”Surge”, inquit, ”filia benedicta, surge, ne timeas (cfr. Rut 3,10; Luc 6,8; 1,30)!”, et apprehensa manu ipsius, allevans eam, disparuit.
4 Ipsa vero per cellulam suam huc atque illuc se convertens, putabat se visum videre (cfr. Act 12,9);
5 usquequo ad clamorem ipsius apportato iam lumine, perfecte se sentiens per servum Dei Franciscum esse sanatam, cuncta, quae acciderant, per ordinem (cfr. Est 15,9) enarravit.
TEXTO TRADUZIDO
7
1 Havia, na cidade de Roma, uma mulher chamada Praxedes, famosa pela religiosidade, que desde a tenra idade, por amor do eterno Esposo, fechara-se em apertado cárcere já quase por quarenta anos. Mereceu, junto de São Francisco, uma graça especial.
2 Pois, certo dia, tendo subido ao sótão de sua celinha para arrumar algumas coisas, caiu por causa de um desmaio, quebrou o pé com a perna e ficou com o ombro deslocado. Apareceu-lhe o benigníssimo pai, com roupas brancas de glória, e começou a falar-lhe com doces palavras:
3 “Levanta-te, filha bendita, não temas!”. E, segurando sua mão, levantou-a e desapareceu.
4 Ela, virando para todos os lados de sua pequena cela, achava que tinha tido uma visão.
5 Até que, com os seus gritos, trouxeram luz e, sentindo-se perfeitamente curada pelo servo de Deus Francisco, contou em ordem tudo que tinha acontecido.