Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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TEXTO ORIGINAL

Legenda Maior - X,1

Caput X - De studio et virtute orationis. 

1 
1 Sentiens Christi servus Franciscus corpore se peregrinum a Domino (cfr. 2Cor 5,6), cum iam ad terrena foris desideria per Christi caritatem (cfr. 2Cor 5,14) totus esset insensibilis factus, ne foret absque consolatione Dilecti, sine intermissione orans (cfr. 1The 5,17), spiritum Deo contendebat exhibere praesentem.
2 Erat quidem oratio contemplanti solatium, dum supernarum circuitu mansionum Angelorum concivis iam factus, ferventi desiderio quaerebat Dilectum (Cant 3,1-2), a quo solus eum carnis paries disiungebat. 
3 Erat et operanti praesidium, dum in omnibus quae agebat, de sua diffidens industria et de superna pietate confidens, per ipsius instantiam totum in Domino cogitatum iactabat (cfr. Ps 54,23). 
4 Orationis gratiam viro religioso desiderandam super omnia firmiter asserebat, nullumque credens sine ipsa in Dei prosperari servitio; modis quibus poterat, fratres suos ad eius studium excitabat. 
5 Nam ambulans et sedens, intus et foris, laborans et vacans, orationi adeo erat intentus, ut illi videretur non solum quidquid erat in eo cordis et corporis, verum etiam operis et temporis dedicasse.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda Maior - X,1

Capítulo 10 — Sobre o esforço e a força de sua oração. 

1 
1 Francisco, servo de Cristo, sentindo que, por seu corpo, era um peregrino longe do Senhor, ainda que pela caridade de Cristo já estivesse todo insensibilizado para os desejos terrenos, para não ficar sem a consolação do Dileto, orando sem cessar, procurava manter seu espírito na presença de Deus. 
2 Para este contemplativo a oração era um consolo, enquanto, já feito concidadão dos anjos dentro das mansões celestiais, procurava o Dileto com um desejo fervente, pois só estava separado dele pela parede da carne. 
3 Também era um refúgio para o homem ativo, pois em tudo que fazia, desconfiando de sua operosidade e confiando na piedade superna, por sua instância jogava em Deus todo o seu cuidado. 
4 Afirmava que a graça da oração devia ser desejada pelo homem religioso acima de tudo, não acreditando que, sem ela, alguém pudesse prosperar no serviço divino; animava seus irmãos a nela se esforçarem, por todos os meios que podia. 
5 Pois andando ou sentado, dentro ou fora, trabalhando e descansando, estava tão entregue à oração que parecia consagrar a ela não só o que tinha de coração e corpo, mas toda a sua atividade e todo o seu tempo.