Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

  • Fontes Franciscanas
  • Crônicas
  • Crônica de Frei Tomás de Eccleston

TEXTO ORIGINAL

Cronica de Frei Tomás de Eccleston - 7

7. Isti novem per monachos de Feskamp caritative in Angliam transvecti et curialiter in necessitatibus exhibiti, cum venissent Cantuariam, apud prioratum sanctae Trinitatis per duos dies manserunt; et statirn iiiior ex eis Londoniam sunt profecti, scilicet frater Ricardus de Ingewude (sic) et frater Ricardus de Devonia et frater Henricus et frater Melioratus. Quinque vero alii diverterunt ad hospitale sacerdotum, ubi manserunt quousque sibi providissent de loco. Cito enim postea concessa fuit eis camera parva infra domum scholarum, ubi de die sedebant quasi clausi continue. Sed cum scholares in vespera domum redissent, intraverunt domum in qua sederant et ibi faciebant sibi ignem, et sederunt juxta eum et ollulam nonnunquam cum faecibus cerevisiae, cum collationem bibere deberent, posuerunt super ignem, et posuerunt discum in olla et biberunt circulariter, et dixerunt singuli aliquod verbum aedificationis. Et sicut testatus est qui huius sincerae simplicitatis et sanctae paupertatis socius fuit et particeps esse promeruit, tam spissus fuit aliquando potus eorum, ut, cum disci calefieri deberent, infunderent aquam; et sic cum gaudio biberent. Simile quoque frequenter accidit apud Sarum, ubi cum tanta iocunditate et laetitia fratres faeces circa ignem in coquina collationis hora biberunt, ut felicem se reputaret qui ab alio amicabiliter rapere posset eas.

Id ipsum apud Slopbyri in primo adventu fratrum ad illum locum, frater Martinus senex, qui et ceperat locum illum, se fecisse gratulatus est.

TEXTO TRADUZIDO

Crônica de Frei Tomás de Eccleston - 7

7. Estes nove, caridosamente transportados para a Inglaterra pelos monges de Fécamp e cortesmente providos em suas necessidades, tendo chegado a Canterbury, ficaram dois dias no priorado da Santa Trindade. E logo quatro deles foram para Londres: Frei Ricardo de Ingworth, Frei Ricardo de Devon, Frei Henrique e Frei Meliorato. Os outros cinco foram para a hospedaria dos sacerdotes, onde permaneceram até que lhes providenciassem um lugar. De fato, pouco depois lhes foi concedido um quarto pequeno no andar de baixo de uma escola, onde viviam de dia como continuamente reclusos. Mas, de tarde, quando os estudantes voltavam para suas casas, entravam na escola onde estavam, acendendo aí o fogo para sentar-se algumas vezes junto dele. Quando deviam beber sua refeição 6 colocavam sobre o fogo uma panelinha com borra de cerveja, punham um prato na panela e bebiam todos em rodízio, dizendo cada um uma palavra de edificação. E, como atesta um frade que mereceu tomar parte e foi conviva dessa piedade sincera e dessa santa pobreza, às vezes sua bebida era tão densa que quando tinham que esquentar os pratos, punham água dentro. E assim bebiam com alegria. Algo semelhante acontecia às vezes também em Salisbury, onde os frades, ao redor do fogo na cozinha tomavam a borra na hora da colação com tanto prazer e alegria que se sentia feliz o que podia arrancá-la amigavelmente do outro.

O velho Frei Martinho alegrava-se de ter feito a mesma coisa em Sherwsbury, quando os frades chegaram pela primeira vez a esse lugar, que ele mesmo tinha iniciado.