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TEXTO ORIGINAL

Cronica de Frei Tomás de Eccleston -19

19. Intravit quoque tunc temporis magister Vincentius de Coventre, qui non multum post germanum suum magistrum Henricum, ad intrandum ordinem cooperante gratia Jesu Christi, diligenter induxit. Intravit enim in die conversionis sancti Pauli, cum sanctae memoriae magistro Ada de Exonia et domino Willelmo de Eboraco, solemni bachelario. Hic vero magister Adam, toto famosus orbe, voverat ut quidquid peteretur ab eo pro amore beatae Mariae, faceret: et hoc ipsum cuidam inclusae sibi familiari retulit. Ipsa vero amicis suis, monacho scilicet cuidam de Radinges et alii de ordine Cisterciensi et fratri cuidam praedicatori, revelavit secretum suum, dicens, quod talem virum taliter lucrari possent, nolens scilicet quod frater minor fieret.

Sed beata Virgo non permisit, licet praesentem aliquis haberet eum, ut pro amore suo id peteret, sed usque ad aliud tempus differret. Visum enim fuit ei, quod quadam nocte debuit transire quendam pontem, ubi fuerunt homines in aquam tendentes retia ad capiendum eum; ipse vero, licet cum magna difficultate, evasit et pervenit ad locum placidissimum.

Igitur cum divino nutu ceteros evasisset, venit casualiter videre fratres minores, cumque loqueretur ei frater Willelmus de Colevile senior, vir eximiae sanctitatis, inter cetera dixit: “Magister carissime, pro amore matris Dei intra ordinem nostrum et releva simplicitatem nostram.” Qui statim, quasi ex ore matris Dei verbum ipsum audisset, concessit et, sicut dictum est, cum aedificatione cleri maxima intravit.

TEXTO TRADUZIDO

Crônica de Frei Tomás de Eccleston - 19

19. Entrou também nesse tempo o mestre Vicente de Coventry, que não muito depois, com a cooperação da graça de Jesus Cristo, induziu diligentemente seu irmão, mestre Henrique, a entrar na Ordem. Entrou, pois, no dia da conversão de São Paulo, juntamente com o mestre Adão de Oxford, de santa memória, e com o senhor Guilherme de York, bacharel solene. Este mestre Adão, famoso em todo o mundo, fizera voto de fazer o que lhe fosse por amor da Bem-aventurada Maria; e contou isto a uma reclusa que era sua amiga. Mas ela revelou o segredo a seus amigos: um monge de Reading, a outros da Ordem dos Cistercienses e a um frade Pregador, dizendo também que poderiam conquistar este homem, pois não queria que ele se fizesse frade menor.

Mas a bem-aventurada Virgem, mesmo quando algum deles se aproximava, não permitia que lhe pedisse isso por seu amor, adiando para outra ocasião. E ele teve uma visão de que numa noite devia atravessar uma ponte onde estavam homens armando redes na água para capturá-lo; mas ele, mesmo com grande dificuldade, fugiu e chegou a um lugar muito tranqüilo.

Assim, tendo escapado dos outros por disposição divina, veio a encontrar por acaso os frades menores. Conversando com o velho Frei Guilherme de Colville, homem de notável santidade, este lhe disse entre outras coisas: “Caríssimo mestre, por amor da Mãe de Deus, entra na nossa Ordem e recupera a nossa simplicidade”. Na mesma hora, como se tivesse ouvido isso da boca da própria Mãe de Deus, concordou e, como foi dito, entrou com a maior edificação do clero.