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TEXTO ORIGINAL

Cronica de Frei Tomás de Eccleston - 96

96. Igitur frater Helias, recepto nuntio, quod mortuus erat frater Agnellus, statim provinciale sigillum, in cuius impressione fuit agnus cum cruce, destrui fecit, indigne ferens, quod fratres Angliae ministrum sibi dari peterent aliquem nominatum. Unde fere per annum ministrum eis mittere distulit.

Tandem revocato quodam quem iam miserat, mandavit frati Alberto Pisano, qui fuerat minister Hungariae, Alemanniae, Bononiae, Marchiae Anchonitanae, Trevisinae, et Tusciae, ut proficisceretur in Angliam, et ibidem fratribus ministraret. Venit, ergo in festo sanctac Luciae in Angliam, et in festo Purificationis (2 febr. 1237) celebravit Oxoniae capitulum provincialc praedicavitque de hoc themate:“Attendite ad petram, unde excisi estis, et ad cavernam laci de qua praecisi estis” (Is 51,1).

Igitur omnia de fratribus faciens secundum libitum voluntatis suae, humilitatem et mansuetudinem, simplicitatem et zelum, caritatem et patientiam fratrum Angliae multipliciter experimentatus est. Unde licet publice tunc dixisset fratribus, quod talem eum usque in finem habituri erant, qualem ipsis se illo capitulo exhibuerat, de die in diem tamen deinceps sal evangelicum in omni sacrificio plus solito sapienter offerens, alter reddebatur ex altero. Nam in tantum postea fratres Angliae commendavit, ut se ipsis ex toto mentis affectu dederit et ipsos ineffabili foedere sibi copularit; voluntati siquidem suse in omni perfectionis proposito eos conformes invenit, et pro reformatione ordinis in carcerem et in exilium secum ire paratos.

TEXTO TRADUZIDO

Crônica de Frei Tomás de Eccleston - 96

96. Quando Frei Elias recebeu a notícia da morte de Frei Agnelo, mandou imediatamente que fosse destruído o selo provincial, em cuja impressão havia um cordeiro com a cruz, indignando-se porque os frades da Inglaterra tinham pedido que lhes fosse dado como ministro algum dos que foram indicados. Por isso, demorou quase um ano para lhes mandar um ministro.

Finalmente, chamando de volta um que já havia enviado, ordenou a Frei Alberto de Pisa, que fora ministro da Hungria, da Alemanha, de Bolonha, da Marca de Ancona, de Treviso e da Toscana, que partisse para a Inglaterra e aí servisse aos frades como ministro. Ele, então, chegou à Inglaterra na festa de Santa Luzia; e na festa da Purificação celebrou em Oxford o Capítulo provincial e pregou sobre este tema:“Olhai a rocha de que fostes talhados e a caverna profunda de onde vos tiraram” (Is 51,1).

Então, fazendo dos frades tudo que queria, pôde experimentar de vários modos a humildade e a mansidão, a simplicidade e o zelo, a caridade e a paciência dos frades da Inglaterra. Por isso, embora tivesse dito publicamente aos frades que o teriam até ao fim tal qual se lhes mostrara naquele Capítulo, a seguir, dia após dia, oferecendo em sacrifício mais sabiamente que de costume o sal evangélico, transformou-se completamente. De fato, mostrou depois tanta estima pelos frades da Inglaterra que a eles se entregou com todo o afeto da alma e os uniu a si numa inefável aliança; na verdade, encontrou-os conformes à sua vontade em todo propósito de perfeição e preparados para irem com ele ao cárcere e ao exílio pela reforma da Ordem.