TEXTO ORIGINAL
24. Cantibrigiae primo receperunt fratres burgenses villae, assignantes eis veterem synagogam, quae erat contigua carceri. Cum vero intolerabilis esset vicinia carceris fratribus, quia eundem ingressum habebant carcerarii et fratres, dedit dominus rex decem marcas ad emendum redditum, quo satisfieret scaccario suo pro redditu areae et sic aedificabant fratres capellam ita pauperrimam, ut carpentarius una die faceret et erigeret XIV coplas tignorum. In festo autem sancti Laurentii, cum non essent nisi tres fratres clerici, scilicet frater W. de Esseby et frater Hugo de Bugeton, et novitius nomine frater Helias, qui tam claudus erat ut portaretur in oratorium, cantaverunt officium solemniter cum nota, et in tantum flevit novitius ut aperte per vultum canentis currerent lacrymae. Igitur cum sanctissime mortuus esset apud Eboracum, apparuit fratri W. de Esseby apud Northamtonam et quaerenti, quomodo se haberet, respondit: “Bene me habeo; ora pro me”.
TEXTO TRADUZIDO
24. Em Cambridge, no começo foram as autoridades da cidade que receberam os frades, dando-lhes uma velha sinagoga ao lado da cadeia. Mas, como os frades não podiam tolerar a vizinhança da cadeia porque só havia uma entrada para os frades e para os carcereiros, o senhor rei deu-lhes dez marcos para pagar um arrendamento que satisfizesse ao seu tesoureiro pelo arrendamento do terreno. Assim os frades puderam construir uma capela, mas tão pobre que o carpinteiro pôde levantá-la em um dia com quinze pares de vigas. Na festa de São Lourenço, como só havia três frades clérigos: Frei Guilherme de Ashby e Frei Hugo de Bugeton, mais um noviço chamado Frei Elias, tão aleijado que precisava ser carregado para a capela, cantaram o ofício solenemente com música. O noviço chorou tanto que as lágrimas corriam por seu rosto quando cantava. Por isso, quando morreu muito santamente em York, apareceu a Frei Guilherme de Ashby em Northampton, e quando ele lhe perguntou como estava, respondeu: “Estou bem, reza por mim”.