Cronica de Frei Tomás de Eccleston - 4

4. Clerici fuerunt isti: primus frater Agnellus Pisanus, ordine diaconus, aetate circiter trecenarius, qui a beato Francisco in proximo capitulo generali destinatus erat provincialis minister in Angliam; fuerat siquidem custos Parisiensis, et ita prudenter se gesserat, ut tam fratribus quam saecularibus famosae sanctitatis merito plurimum complaceret.

Secundus erat frater Ricardus de Ingewurde natione Anglicus, sacerdos et praedicator et aetate provectior, qui primus extitit qui citra montes populo praedicavit in ordine; et processu temporis, sub bonae memoriae fratre Johanne Parenti, missus est minister provincialis in Hiberniam; fuerat enim vicarius fratris Agnelli in Anglia, dum ipse ad capitulum general proficisceretur, in quo facta est translatio reliquiarum sancti Francisci et eximiae sanctitatis praeclara exempla praebuerat. Completo itaque fideli et Deo accepto ministerio, absolutus in capitulo generali a bonae memoriae fratre Alberto, ab omni fratrum officio, zelo fidei succensus, profectus est in Syriam et ibidem felici fine quievit.

Tertius erat frater Ricardus Devoniensis, natione similiter Anglicus, ordine acolitus, aetate iuvenis, qui longanimitatis et obedientiae plura nobis exempla reliquit. Nam post diversas provincias per obedientiam peragratas, per annos xj febribus tum quartanis frequentius fatigatus, apud locum Romehale continue morabatur.

Quartus erat frater Willelmus de Esseby, cum caparone probationis adhuc novitius, natione similiter Anglicus, aetate iuvenis, et ordine. Iste in diversis officiis diutius, subministrante spiritu Jesu Christi, laudabiliter durans, humilitatis et paupertatis, caritatis et mansuetudinis, obedientiae et patientiae et omnis perfectionis nobis exempla monstravit. Cum autem quaereret ab eo frater Gregorius, minister Franciae, si vellet ire in Angliam, respondit se nescire si vellet. Et cum miraretur minister de responso, tandem dixit frater W., ideo se nescire quid vellet, quia voluntas sua non erat sua sed ministri; unde voluit quidquid ipse voluit se ipsum velle. Huic testimonium perhibuit frater W. de Notingham quod esset obedientissimus; cum enim daret ei optionem ut eligeret sibi locum ad manendum, dixit quod locus ille sibi summe placuit, quem sibi placuit ei assignare.

Crônica de Frei Tomás de Eccleston - 4

4. Os clérigos eram estes: primeiro Frei Agnelo de Pisa, diácono, de cerca de trinta anos, que São Francisco tinha nomeado ministro provincial para a Inglaterra no último capítulo geral. Ele já tinha sido custódio de Paris e tinha agido com tanta prudência que conquistara a benevolência tanto dos frades como dos leigos por sua fama de santidade.

O segundo era Frei Ricardo de Ingworth, de nacionalidade inglesa, sacerdote e pregador, o mais idoso, que foi o primeiro da Ordem a pregar ao povo deste lado dos Alpes ³; e mais tarde, no tempo de Frei João Parenti, de feliz memória, foi mandado para a Irlanda como ministro provincial, pois tinha sido vigário de Frei Agnelo na Inglaterra no tempo em que ele foi para o capítulo geral em que foi feita a transladação das relíquias de São Francisco, e dera preclaros exemplos de exímia santidade. Quando terminou seu ministério fiel e agradável a Deus, foi exonerado de todo serviço aos irmãos, no capítulo geral, por Frei Alberto, de feliz memória, e, inflamado pelo zelo da fé, partiu para a Síria e aí descansou em um feliz final.

O terceiro era Frei Ricardo de Devon, também inglês, acólito, jovem, que nos deixou muitos exemplos de paciência e obediência. Pois, tendo percorrido diversas províncias por obediência, sofreu freqüentemente de febre quartã por onze anos, morando em todo esse tempo no lugar chamado Romney.

O quarto era Frei Guilherme de Ashby, ainda noviço de caparão ⁴, inglês, jovem de idade, que tinha entrado na Ordem havia pouco tempo. Este, perseverando em diversos cargos que ocupou por muito tempo, sustentado pelo espírito de Jesus Cristo, deu muitos exemplos de humildade e pobreza, de caridade e de mansidão, de obediência, de paciência e de toda perfeição. Quando Frei Gregório, ministro da França, perguntou se queria ir para a Inglaterra, respondeu que não sabia se queria. Quando o ministro se admirou dessa resposta, Frei Guilherme respondeu que não sabia se queria ou não, porque sua vontade não era a sua, mas a do ministro: pois queria tudo que o ministro queria que ele quisesse. Frei Guilherme de Nottingham deu testemunho de que era muito obediente, pois quando lhe deu a opção de escolher um lugar para ficar, disse que lhe agradava o lugar que ele quisesse designar.