Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Tomás de Celano
  • Tratado dos Milagres (3Cel)

TEXTO ORIGINAL

Tractatus de Miraculis (3Cel) - 8


1 Moris est Romanarum nobilium matronarum, sive sint viduae sive nuptae, maxime quibus generositatis privilegium divitiae servant et Christus suum infundit amorem, in propriis domibus seorsum habere camerulas aut diversorium aliquod orationibus aptum, in quo aliquam depictam habent iconam, et illius sancti imaginem quem specialiter venerantur. 
2 Quaedam igitur domina, morum claritate ac parentum gloria nobilis, sanctum Franciscum in suum elegerat advocatum. 
3 Cuius imaginem depictam habebat in secreto cubiculo, ubi Patrem in abscondito exorabat (cfr. Iudt 8,5; Mat 6,6). 
4 Die quadam cum orationi devota incumberet, atque intentissimis oculis signa sacra perquireret, nec aliquatenus reperiret, cum dolore coepit vehementer mirari. 
5 Sed non mirum si in pictura non erat quod pictor omiserat. 
6 Per plures dies portat illud in corde suo (cfr. Luc 2,51) et nulli dicit mulier, frequenter imaginem cernens et semper dolens; 
7 et ecce, subito die quadam signa illa mirifica in manibus apparuerunt velut in allis imaginibus poni solent, virtute divina supplente, quod humana fuerat arte neglectum.

TEXTO TRADUZIDO

Tratado dos Milagres (3Cel) - 8


1 As nobres senhoras romanas, viúvas ou casadas, principalmente as que podem ser generosas pelo privilégio da riqueza e que têm o amor a Cristo, têm o costume de reservar em suas casas um quartinho ou refúgio apropriado para a oração, onde conservam algum quadro ou imagem do santo a quem têm especial devoção. 
2 Uma dessas senhoras, que unia a nobreza da virtude à do sangue, escolhera por patrono a São Francisco, 
3 cujo quadro tinha no seu oratório particular, onde ela rezava a Deus no oculto (Mt 6,6). 
4 Certo dia, devotamente entregue à oração, procurou atentamente com os olhos os sinais sagrados mas, não conseguindo encontrá-los, começou a ficar dolorosamente admirada. 
5 Mas não era de admirar que não houvesse no quadro o que o pintor não pintara. 
6 A mulher levou aquilo em seu coração por diversos dias sem falar com ninguém, olhando sempre para o quadro e se afligindo. 
7 Mas eis que, de repente, apareceram um dia aqueles sinais magníficos nas mãos, como costumam colocar nas outras figuras, suprindo a virtude humana o que fora negligenciado pela arte.