Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

  • Fontes Franciscanas
  • Fontes Biográficas
  • Tomás de Celano
  • Tratado dos Milagres (3Cel)

TEXTO ORIGINAL

Tractatus de Miraculis (3Cel) - 15

15 
1 Volens quandoque beatus Franciscus ad quamdam eremum pergere, ut ibidem liberius contemplationi vacaret, quia debilis erat non modicum, a quodam paupere viro ad equitandum obtinuit asinum.

2 Cumque diebus aestivis virum Dei (cfr. 3Re 13,14) sequendo montana conscenderet rusticus asperioris et longioris viae itinere fatigatus (cfr. Ios 2,16; Ioa 4,6), antequam perveniret ad locum, ardore sitis deficit et lassatur. 
3 Clamat post sanctum instanter, et ut sui misereatur (cfr. Deut 13,17) exorat; mori se asserit, nisi alicuius poculi beneficio recreetur. 
4 Sanctus Dei (cfr. Luc 4,34), qui afflictis semper erat compatiens, absque mora prosilivit de asino, et fixis in terra genibus, palmas tetendit ad caelum (cfr. 2Par 6,13) orare non cessans (cfr. Col 1,9), donec se intellexit auditum. 
5 “Festina”, inquit ad rusticum, “et illic aquam vivam invenies, quam tibi hac hora misericorditer Christus de lapide bibendam produxit”. 
6 Stupenda Dei dignatio, quae servis suis tam facile se inclinat! 
7 Bibit rusticus aquam de petra (cfr. Is 48,21; Ps 77,16) orantis virtute, et poculum hausit de saxo durissimo (cfr. Deut 32,13). 
8 Aquae decursus (cfr. Ps 1,3) ibidem ante non fuit, nec, ut est diligenter quaesitum, deinceps potuit inveniri.

TEXTO TRADUZIDO

Tratado dos Milagres (3Cel) - 15

15 
1 Uma vez o bem-aventurado Francisco quis ir a um certo eremitério para se entregar mais livremente à contemplação, mas estava um bocado enfraquecido e conseguiu com um homem pobre um jumento para montar. 
2 Como acompanhava o homem de Deus nos dias do verão, subindo a montanha, cansado do caminho por aquela estrada áspera e longa, antes de chegar ao lugar, o rústico se entregou cansado pelo ardor da sede. 
3 Ficando para trás, gritou insistentemente pelo santo e pediu que tivesse pena dele: disse que ia morrer se não fosse reanimado com algum pouco de água. 
4 O santo de Deus, que sempre tinha compaixão dos aflitos, desceu imediatamente do jumento, ajoelhou-se no chão, estendeu as mãos para o céu e não parou de rezar enquanto não sentiu que tinha sido atendido. 
Disse, então, ao camponês: 
5 “Vai depressa, que ali mesmo encontrarás água para beber, que Cristo produziu da pedra para ti misericordiosamente neste instante”. 
6 Estupenda bondade de Deus, que tão facilmente se inclina aos rogos de seus servidores! 
7 Um aldeão pôde beber a água da pedra que a virtude de um homem de oração fez brotar da rocha duríssima. 
8 Nesse lugar nunca tinha havido um curso de água, nem o puderam encontrar mais tarde, quando foi diligentemente procurado.