Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Tomás de Celano
  • Tratado dos Milagres (3Cel)

TEXTO ORIGINAL

Tractatus de Miraculis (3Cel) - 45

45 
1 In civitate Suessa, in vico qui “Ad columnas” dicitur, animarum perditor et corporum interfector diabolus quamdam domum diruit et subvertit. 
2 Nam cum multos pueros, qui circa eamdem domum puerilibus lusibus alludebant, perimere niteretur, unum tantum absorbuit iuvenem, quem ruens domus subito interfecit. 
3 Viri et mulieres, ruentis domus sonitu excitati, undique cucurrerunt, et elevantes hinc inde ligna, miserae matri mortuum filium reddiderunt. 
4 Quae faciem crinesque dilanians, amarissimis repleta singultibus, lacrimarum rivulos educens, sicut poterat acclamabat: “Sancte Francisce, sancte Francisce, redde mihi filium meum!”. 
5 Non solum autem ista, sed et omnes qui aderant, tam viri quam mulieres, amare flebant, dicentes: “Sancte Francisce, redde filium miserae matri!”. 
6 Mater post horam a tam gravi dolore respirans, in se reversa, tale votum emisit: “O sancte Francisce, redde mihi miserrimae meum dilectum filium, et ego cingam altare tuum filo argenteo, novaque sindone illud operiam, et candelis totam tuam ecclesiam circumcingam!”. 
7 Sicque ponentes cadaver in lecto, cum nox esset, ad sepeliendum eum diem crastinum exspectabant. 
8 Circa vero mediam noctem coepit iuvenis oscitare, et calescentibus membris, antequam illucesceret dies, totus revixit et in laudis verba prorupit. 
9 Populus universus et clerus, sanum eum et incolumem intuentes, beato Francisco gratias persolverunt.

TEXTO TRADUZIDO

Tratado dos Milagres (3Cel) - 45

45 
1 Na cidade de Sessa, no bairro chamado “das Colunas”, o diabo, perdedor das almas e assassino dos corpos, derrubou uma casa, desmoronando-a. 
2 Tinha tentado matar muitos meninos que estavam brincando perto dessa casa, mas só atingiu um jovem, que a casa matou na hora quando caiu. 
3 Homens e mulheres, alertados pelo barulho da casa caindo, correram de todo lado e, tirando aqui e ali algumas vigas, entregaram o filho morto à pobre mãe. 
4 Ela, arranhando o rosto e os cabelos, soluçando com muita amargura, derramando lágrimas como rios, gritava quanto podia: “São Francisco, São Francisco, devolve o meu filho!”. 
5 Não só ela, mas todos os presentes, homens e mulheres, choravam amargamente, dizendo: : “São Francisco, devolve o filho da infeliz mãe!”. 
6 Depois de uma hora, a mãe, recuperando-se de tamanha dor, fez este voto: “Ó São Francisco, devolve a esta pobre o seu filho amado e eu vou enfeitar teu altar com um fio de prata e cobrir com uma toalha nova, acendendo velas em toda a volta da tua igreja!”. 
7 Puseram o cadáver na cama, porque já era noite, e esperaram o dia seguinte para sepultá-lo. 
8 Mas lá pela meia noite o menino começou a bocejar, seus membros se aqueceram e, antes de amanhecer o dia, reviveu de uma vez e prorrompeu em louvores. 
9 Todo o povo e o clero, vendo que ele estava curado e incólume, deram graças a São Francisco.