Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Tomás de Celano
  • Tratado dos Milagres (3Cel)

TEXTO ORIGINAL

Tractatus de Miraculis (3Cel) - 88

Caput XI - De carceratis et vinctis.

88 
1 In Romania Graecum cuiusdam domini servientem contigit de furto fallaciter accusari. 
2 Quem dominus terrae in arcto carcere mandat includi et graviter vinculari, postmodum definitiva sententia pede truncandum. 
3 Laborat apud dominum uxor pro innocentis liberatione sollicita; sed non acquiescit precibus viri obstinata duritia. 
4 Recurrit domina supplex ad sanctum Franciscum et eius pietati voto commendat insontem. 
5 Protinus adest miserorum adiutor, et virum in carcere positum dum manibus apprehendit, solvit vincula, carcerem frangit, innocentem foras educit: “Ego sum”, ait ille, “cui domina tua te devote commisit”. 
6 Cumque ille timore corriperetur magno et pro descensu altissimae rupis voraginem circuiret, subito, nesciens qualiter, se in plano invenit; mox reversus ad dominam suam miraculi retulit veritatem. 
7 Statim illa ceream fecit pro voto imaginem, quem coram sancti pictura suspendit omnibus intuendam. 
8 Turbatus propterea vir iniquus (cfr. Prov 16,29), dum uxorem manu percutit, morbo ipse percussus graviter infirmatur, a quo liberari nullatenus potuit, donec culpam confessus sanctum Dei Franciscum devotis laudibus extulit.

TEXTO TRADUZIDO

Tratado dos Milagres (3Cel) - 88

Capítulo 11 – Encarcerados e presos.

88 
1 Na România, aconteceu que um grego, servo de certo senhor, foi falsamente acusado de furto. 
2 O príncipe da região mandou que fosse preso em um cárcere apertado e pesadamente acorrentado e, depois, como sentença definitiva, ainda tinha que ter o pé cortado. 
3 Sua esposa intercedeu solicitamente junto ao senhor para libertá-lo, mas a dureza obstinada do homem não cedeu aos pedidos. 
4 Então a senhora recorreu suplicante a São Francisco, recomendando o inocente à sua piedade com um voto.
5 Apresentou-se logo o auxiliador dos infelizes, tomou na mãos o homem posto no cárcere, soltou as correntes, quebrou a porta e levou o inocente para fora: “Eu sou”, disse, “a quem tua senhora confiou devotamente”. 
6 Como o prisioneiro estava muito aterrorizado e dava voltas para descer do altíssimo precipício, de repente, sem saber como, viu-se no chão; voltou logo para sua senhora e contou como foi o milagre. 
7 Logo ela mandou fazer, de acordo com o voto, uma imagem de cera que pendurou junto do quadro do santo para ser vista por todos. 
8 Mas o marido iníquo ficou perturbado por causa disso, e tendo batido na mulher, foi atacado gravemente por uma doença, da qual não conseguiu absolutamente libertar-se enquanto não confessou a culpa, prestando devotos louvores a Francisco, santo de Deus.