TEXTO ORIGINAL
Caput V - De fratre cuius cordis abscondita scivit.
31
1 Eo tempore cum reverteretur sanctus de ultra mare, socium habens fratrem Leonardum de Assisio, contigit eum itinere fatigatum (cfr. Ioa 4,6) et lassum parumper asinum equitare.
2 Subsequens autem socius, et ipse non modicum fessus, coepit dicere intra se (cfr. Luc 11,38), humanum aliquid passus: “Non ludebant de pari parentes huius et mei. En autem ipse equitat, ego pedester asinum duco”.
3 Hoc illlo cogitante (cfr. Mat 1,20), protinus de asino descendit sanctus, et ait: “Non, frater, non convenit”, inquit, “ut ego equitem, tu venias pedes, quia nobilior et potentior in saeculo me fuisti”.
4 Obstupuit illico (cfr. Est 7,6) fratrer, et rubore suffusus (cfr. Num 12,14), deprehensum se cognovit a sancto.
5 Procidit ad pedes eius (cfr. Est 8,3; Act 10,25), et lacrimis irrigatus (cfr. Luc 7,38.44) nudum cogitatum exposuit, veniamque poposcit.
TEXTO TRADUZIDO
Capítulo 5 - Do frade cujos segredos do coração ele conheceu.
31
1 Ao voltar de além-mar acompanhado por Frei Leonardo de Assis, aconteceu que o santo, fatigado e cansado da viagem, teve que fazer um trecho montado num jumento.
2 O companheiro, que vinha atrás e também não estava menos cansado, começou a dizer consigo mesmo, levado por fraqueza humana: “Os pais dele e os meus não jogavam juntos. Mas agora ele vai montado e eu a pé guiando o burro”.
3 Ele estava pensando nisso quando o santo apeou do asno de repente e disse: “Não, irmão, não convém que eu vá montado e tu a pé, tu que no mundo eras mais nobre e mais poderoso do que eu”.
4 O frade se assustou na mesma hora e ficou todo envergonhado, vendo que tinha sido surpreendido pelo santo.
5 Lançou-se a seus pés confessando, lavado em lágrimas o que tinha pensado, e pediu perdão.