Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Tomás de Celano
  • Segunda Vida (2Cel)

TEXTO ORIGINAL

Secunda Vita (2Cel) - 75

Caput XLV - Reprehensio fratris mendicare nolentis.

75 
1 Dicebat saepe beatus Franciscus, quod verus frater Minor non multum stare deberet, quin pro eleemosynis iret. 
2 “Et quanto nobilior”, ait, “filius meus est, tanto sit promptior ad eundum, quoniam taliter ei merita cumulantur”. 
3 Aderat in quodam loco frater quidam ad eleemosynam nullus, ad mensam plures. 
4 Quem sanctus attendens ventris amicum, fructus participem, laboris expertem (cfr. Heb 5,13), sic semel intulit ei: “Vade viam tuam, frater musca, quoniam vis comedere sudorem fratrum tuorum et esse otiosus in opere Dei (cfr. 1Cor 15,58). 
5 Similis es fratri aponi qui laborem apum non sustinens, mella vult comedere primus”. 
6 Deprehensam carnalis homo suam ingluviem noscens, mundum quem nondum dereliquerat repetit. 
7 Exivit namque religionem, et qui nullus ad eleemosynam fuerat, nullus iam frater; qui plures ad mensam plurimus daemon efficitur.

TEXTO TRADUZIDO

Segunda Vida (2Cel) - 75

Capítulo 45- Repreensão a um irmão que não queria mendigar.

75 
1 O bem-aventurado Francisco dizia muitas vezes que o verdadeiro frade menor não devia ficar muito tempo sem ir mendigar. 
2 “E quanto mais nobre for meu filho, mais deve gostar de ir, porque é assim que acumulará méritos”. 
3 Havia em certo lugar um frade que não era ninguém na hora de esmolar mas valia por muitos na hora de comer. 
4 Vendo que era comilão, participava dos frutos mas escapava do trabalho, disse-lhe uma vez: “Segue teu caminho, irmão mosca, porque queres comer o suor de teus irmãos e ficar ocioso no trabalho de Deus. 
5 Pareces com o irmão zângão, que não ajuda as abelhas a trabalhar mas quer comer o mel por primeiro”. 
6 Quando esse homem carnal viu que sua glutoneria tinha sido descoberta, voltou para o mundo, que nunca tinha deixado. 
7 Saiu da religião: já não era frade nenhum, ele que nunca tinha sido ninguém para esmolar. E o que valia por muitos na hora da mesa, tornou-se um demônio.