TEXTO ORIGINAL
136
1 Alia vice idem frater tunicam eius ad excutiendum petens, eamque sanguinolentam aspiciens, dixit sancto, postquam reddidit eam: “Cuiusmodi sanguis est ille, quo tunica infecta videtur?”.
2 Sanctus vero imponens digitum oculo dixit ei: “Interroga quid est hoc, ni nescis oculum esse”.
3 Raro itaque totas abluit manus, digitos tantum perfundens, ne res astantibus proderetur.
4 Pedes vero lavat rarissime, nec minus occulte quam raro.
5 Manum ab aliquo postulatus ad osculum dimidiat, digitos tantum proferens, quod possit osculum poni; nonnumquam vero pro manu manicam porrigit.
6 Pedes laneis peduciis vestit, ne videri possint, pelle supra vulneribus posita, quae asperitatem laneam mitigaret.
7 Licet autem sanctus pater non posset manuum et pedum stigmata omnino tegere sociis, aegre tamen ferebat, si aliquis illa respiceret.
8 Unde et ipsi socii spiritus prudentia (cfr. Ex 28,3) pleni, quando ille manus aut pedes aliqua necessitate detegeret, oculos avertebant (cr. Ps 118,37).
TEXTO TRADUZIDO
136
1 Outra ocasião, o mesmo frade pediu sua túnica para sacudir. Vendo que estava manchada de sangue, perguntou ao santo, quando a devolveu: “Que sangue é esse, que manchou tua túnica?”
2 O santo apontou para um dos olhos e disse: “Pergunta o que é isto, se não sabes que é um olho”.
3 Raramente lavava as mãos inteiras, limitando-se a molhar os dedos, para que os que estavam por perto não as vissem.
4 Lavava os pés ainda mais rara e mais ocultamente.
5 Quando alguém lhe pedia a mão para beijar, apresentava só os dedos e algumas vezes chegou a apresentar a manga no lugar da mão.
6 Calçava meias de lã para não mostrar os pés, colocando uma pele em cima das feridas para suavizar a aspereza da lã.
7 Apesar de não conseguir esconder os estigmas das mãos e dos pés aos seus companheiros, o santo pai não gostava quando alguém olhava para eles.
8 Por isso, cheios do espírito da prudência, os próprios companheiros desviavam os olhos quando ele precisava descobrir as mãos ou os pés.