TEXTO ORIGINAL
Caput CLI - De devotione ad Nativitatem Domini et quomodo volebat tunc omnibus subveniri.
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1 Nativitatem pueri Iesu prae aliis solemnitatibus ineffabili alacritate colebat, festum festorum asserens, quo Deus, infans parvulus factus, ad ubera pependit humana.
2 Infantilium illorum membrorum imagines famelica cogitatione lambebat, et eliquata pueri compassio in cor suum etiam verba dulcedinis faciebat more infantium balbutire.
3 Eratque sibi hoc nomen quasi mel et favus (cfr. Prov 16,24) in ore.
4 Cum de non comedendis carnibus collatio fieret, quia dies Veneris erat, respondit fratri Morico dicens: “Peccas, frater, diem Veneris vocans quo Puer natus est nobis (cfr. Is 9,6).
5 Volo”, inquit, “quod etiam parietes tali die comedant carnes, et si non possunt, vel de foris liniantur!”.
TEXTO TRADUZIDO
Capítulo 151 - Sobre a devoção ao Natal do Senhor e como queria que todos fossem servidos nessa ocasião.
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1 Celebrava com incrível alegria, mais que todas as outras solenidades, o Natal do Menino Jesus, pois afirmava que era a festa das festas, em que Deus, feito um menino pobrezinho, dependeu de peitos humanos.
2 Lambia como um esfomeado as imagens desses membros infantis, e a derretida compaixão que tinha no coração pelo Menino fazia até com que balbuciasse doces palavras como uma criancinha.
3 Para ele, esse nome era como um favo de mel (cfr. Pr 16,24) na boca.
4 Certa vez em que os frades discutiam se podiam comer carne porque era uma sexta-feira, disse a Frei Morico: “Irmão, cometes um pecado chamando de sexta-feira (dia de Vênus) o dia em que o Menino nasceu para nós.
5 Quero que nesse dia até as paredes comam carne. Se não podem, pelo menos sejam esfregadas com carne pelo menos por fora!”