TEXTO ORIGINAL
Caput XXIX - De cella suo nomini facta quam intrare noluit.
59
1 Nolebat locellum aliquem fratres inhabitare, nisi certus, ad quem proprietas pertineret, cons-taret patronus.
2 Leges enim pere-grinorum (cfr. Ex 12,49) in filiis sem-per quaesivit, sub alieno videlicet colligi tecto, pacifice pertransire, sitire ad patriam.
3 Nam et in eremo Sartiani cum interrogatus frater a frate unde veniret, respondisset: “A cella fratris Francisci”, hoc santus audito respondit:
4 “Ex quo Francisci nomen cellae imposuisti, approprians eam mihi, alium sibi quaeras habitatorem; nam ipse in ea non morabor de caetero.
5 Dominus”, ait, “quando stetit in carcere, ubi oravit et ieiunavit quadraginta diebus (cfr. Mat 4,2), non cellam ibi fieri fecit, nec aliquam domum, sed sub saxo montis permansit.
6 Sequi eum possumus in forma praescripta, nihil proprietatis habendo, licet praeter usum domorum vivere non possimus”.
TEXTO TRADUZIDO
Capítulo 29 - Sobre a cela feita em seu nome em que não quis entrar.
59
1 Não queria que os frades habitassem nenhum lugarzinho a não ser que constasse com certeza quem era o seu dono.
2 Sempre exigiu que seus filhos observassem as leis dos peregrinos: abrigar-se sob teto alheio, passar em paz, ansiar pela pátria.
3 Pois no eremitério de Sarciano, uma vez um frade perguntou ao outro de onde vinha, e este respondeu: “da cela de Frei Francisco”. O santo ouviu e disse:
4 “Já que deste à cela o nome de Francisco, tomando posse dela para mim, que ela arranje outro morador, porque eu não vou mais morar lá.
5 O Senhor, quando esteve no cárcere em que orou e jejuou por quarenta dias, não mandou fazer uma cela nem uma casa, mas ficou embaixo de uma rocha da montanha.
6 Nós podemos segui-lo na forma determinada, deixando de ter qualquer propriedade, embora não possamos viver sem o uso de casas”.